Rute correu para pegar os remédios, mas ao voltar, viu Solange saindo do escritório com o rosto distorcido de dor, como se tivesse sofrido um grande desgosto.
Chegando à porta, escutou uma voz masculina, grave, perguntar do interior: "Dói?"
Como não doeria? A água estava fervendo, recém-tirada do fogão, e a pele de Ophélia já começava a formar grandes bolhas.
"Um pouco," ela respondeu.
Gregório estava cheio de compaixão, quase transbordando, sem saber como aliviar a dor dela, desejando poder sofrer em seu lugar.
Rute empurrou a porta no momento exato em que ele inclinava a cabeça, seus lábios gentilmente tocando a panturrilha de Ophélia com um beijo leve.
Rute ficou chocada!
Recuou rapidamente, fechando a porta novamente.
Dentro da sala, veio a voz de Ophélia soava assustada e constrangida: "O que você está fazendo?"
Ela tentou recolher a perna rapidamente, mas Gregório a segurou firme, acalmando-a com voz suave: "Pronto, eu não vou tocar mais, só não se mexa."
Rute vagava como uma alma perdida do lado de fora, sem coragem de entrar.
Até que a porta se abriu por dentro, revelando a figura alta e imponente de Gregório.
Sua nobreza inata o fazia parecer tão inacessível quanto a neve no topo das montanhas. Ao falar com ela, sua dignidade era evidente: "Você trouxe os remédios?"
Rute apressou-se em entregar-lhe os itens.
Ela queria ajudar, afinal, era médica e certamente mais qualificada que um leigo, mas, após hesitar, decidiu não entrar.
"Se precisar de mim, é só chamar."
As bolhas eram grandes, e seria necessário usar uma seringa estéril para drenar o líquido. Ophélia temia que Gregório não soubesse fazer.
"Deixa que a Rute faça isso. Você nunca fez isso."
"Eu vou ser cuidadoso."
Gregório colocou o pé dela sobre seu joelho, pegou a seringa e, com cuidado e atenção, inseriu a agulha nas bolhas para lentamente retirar o líquido.
Felizmente, desde que se machucou, o cuidado com a queimadura de Ophélia foi impecável, as bolhas não se romperam, e um filme protetor natural se formou após a drenagem, prevenindo uma infecção subsequente.
Sob a orientação dela, Gregório completou a desinfecção passo a passo e enfaixou cuidadosamente a ferida com um curativo estéril.
Ele nunca tinha feito algo assim antes, mas, valorizando-a profundamente, realizou o procedimento com grande atenção.
Afinal, havia coisas mais importantes que o desejo de posse, como a segurança de Ophélia.
"Imagina, não tem de quê," Bertram respondeu, igualmente educado. "O importante é que a Ophélia está bem."
Gregório abraçou Ophélia pelo ombro: "Eu levo ela para casa agora, outro dia te convido para jantar, como agradecimento."
Bertram aceitou prontamente: "Claro."
A situação não gerou mal-estar entre eles, pelo contrário, ficaram em harmonia.
Isso não era o que Kristina esperava.
Da última vez que Ophélia foi levada por Bráulio ao clube, Gregório ficou furioso. Como hoje pareceu não se importar?
Assim que entraram no hall do elevador, Ophélia afastou a mão de Gregório.
"Não precisa me levar," ela disse, chamando um carro pelo celular na frente de Gregório.
Gregório a seguiu até o elevador, com sua estatura alta ao lado dela, como se fosse uma barreira protegendo-a do resto do mundo.
Olhando-a de cima, com um olhar profundo, brincou: "O meu carro tem um monstro que vai te devorar, será?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....