Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 309

Bertram foi visitar Culberto e estava prestes a sair quando se virou e, através do corredor movimentado, travou o olhar com ela, interrompendo seus passos.

Não se viam há mais de dois meses, e o encontro inesperado os deixou em silêncio nos primeiros segundos.

Ophélia se aproximou, cumprimentando-o com naturalidade: "Veio visitar o tio Eça?"

"Meu pai não pôde vir nos últimos dias, vim no lugar dele para ver como ele está," respondeu Bertram, com um tom amigável, como se fosse um velho amigo que não se via há algum tempo. "E você, como está?"

"Estou bem, obrigada." Dois meses não eram tanto tempo, e sua vida continuava na mesma rotina, sem novidades para contar.

Ophélia perguntou: "Quando você voltou? Não ouvi a Clorinda falar nada."

"Cheguei ontem." Ao mencionar a irmã, Bertram soou um pouco resignado. "Ela saiu para se divertir e não tinha voltado para casa quando saí de manhã."

Após uma breve conversa, parecia que a atmosfera sutil e a distância que existiam na última vez que se viram realmente haviam desaparecido.

"Na próxima vez que nos encontrarmos, vamos agir como meros amigos."

E assim fizeram.

"Você estava de saída?" Ophélia perguntou. "Acho que o tio Eça está com desconforto nos olhos depois de usar o colírio, vou dar uma olhada nele."

Bertram estava prestes a responder quando um homem de aparência comum passou correndo pelo corredor, carregando uma chaleira de água quente.

Ao passar por eles, como se tropeçasse sem querer, dirigiu-se acidentalmente em direção a Ophélia.

A chaleira virou-se, e a tampa, aparentemente mal fechada, deixou a água escaldante escapar, criando um vapor branco.

Bertram, num reflexo rápido e sem pensar, puxou Ophélia para longe.

Ela cambaleou um passo, salva no último instante, mas ainda assim algumas gotas de água atingiram a barra de sua calça.

A roupa fina de primavera permitiu que o calor penetrasse rapidamente, queimando sua pele.

O homem pediu desculpas apressadamente, como se temesse ser responsabilizado, e saiu correndo.

Será coincidência ou destino?

Parece que alguém na porta do quarto ouviu o barulho, pois Estella abriu a porta, viu Ophélia segurando o braço de Bertram e exclamou: "O que está acontecendo aqui? Por que estão se agarrando?"

"Não fale bobagens, mãe," Kristina interveio, tentando explicar com boa intenção, "Bertram e Ophélia são apenas bons amigos. Ele esteve fora por um tempo, e eles não se viam há muito, talvez tenham se empolgado no reencontro."

Bertram franziu a testa.

O olhar de Ophélia sobre ela era frio, sem calor.

Inicialmente, pensou que o incidente tinha sido um acidente, mas agora suspeitava de uma armadilha.

Se a intenção daquela água quente era realmente atingi-la, ou apenas criar um mal-entendido, ou, quem sabe, dois objetivos com um único ato?

Se a água a atingisse, poderia ter causado queimaduras, e se não, ao menos proporcionaria a Gregório um espetáculo.

Um arrepio percorreu Ophélia, ponderando se aquilo seria uma armadilha de Kristina, se deveria considerá-la astuta ou mesquinha?

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