Ophélia estava meio que nas nuvens, e seus sentimentos por Gregório oscilavam entre os dois extremos, uma mistura de amor e ódio.
Por um lado, ela estava irritada por ele ter armado uma cilada para ela cair, mas por outro, ela se sentia envolta em felicidade dentro dessa mesma armadilha, querendo lhe dedicar uma canção de gratidão.
"Você não ia voltar só amanhã?"
Gregório respondeu com preguiça: "O piloto foi rápido, o voo chegou mais cedo."
Voltar de Rio levava só umas três ou quatro horas, então chegar um dia antes só seria possível numa máquina do tempo.
Mas se ele não tivesse voltado, ela também não teria tido a chance de se aproximar da Rainha Pacheco.
Então, Ophélia guardou para si, engolindo as palavras de reprovação que tinha para ele.
"E aquele homem no telefone?" Gregório perguntou.
"Que homem?" Ophélia ficou confusa.
Gregório deu um hum de desdém, dizendo sombriamente: "Aquele abelhudo que não para de voar ao seu redor, você ainda me pergunta?"
Que abelhudo... Ophélia logo entendeu, ele estava falando do Bertram.
"Bertram estava trabalhando, só veio deixar a Elvira aqui, e logo eles foram embora."
"Você já conheceu a mãe dele? Vocês estão avançando um pouco rápido." Gregório estava visivelmente incomodado, "Elvira, bem íntimo. Se eu tivesse voltado um dia mais tarde, vocês não estariam com um bebê no colo?"
"..."
O sentimento de gratidão de Ophélia evaporou, e ela se afastou dele rapidamente, deixando-o para trás.
Ao redor da mesa redonda, o burburinho de fofoca entre os presentes estava fervendo.
Tarsila Fagundes e Clorinda Serrano não tiravam os olhos de lá, uma mais animada que a outra.
"Onde estão as fotos? Onde estão as fotos?"
"Dizem que a diva é bem reservada na vida real, ela é fácil de lidar?"
"O que ela falou com você agora?"
"Ela cheira bem?"
"Que tal eu te mimar, você prefere bife ou frango?"
"Gregório, você prefere vinho tinto ou vinho branco?"
"..." Ophélia, envergonhada, levou a mão à testa, "Vocês dois podem parar de serem tão óbvios?"
Gregório reclamou: "Não é da conta de vocês, vão brincar em outro lugar."
A interação entre eles foi toda observada por Rosa, que estava do outro lado. Ela inicialmente não havia dado muita atenção para Clorinda Serrano, uma celebridade da internet de nível bem baixo, e seus dois amigos que haviam aparecido só para aparecer no evento. Agora, seu sorriso era todo cordialidade.
Ela se levantou e contornou metade da mesa, segurando uma garrafa de vinho enquanto caminhava graciosamente até o lado deles, dizendo de forma bajuladora: "Veja só, somos todos conhecidos aqui. Querida, por que você não disse nada antes? Nós estávamos falando de você bem na sua frente, que mico."
Ouvindo o tom familiar dela, Gregório virou a cabeça e perguntou a Ophélia: "Ela é sua amiga?"
"Não conheço." A voz de Ophélia era neutra, mas suficiente para que todos na mesa a ouvissem.
Rosa, com uma expressão um tanto quanto constrangida, disse: "Eu sempre ouvi o Nileson falar de vocês, mas nunca tive a chance de conhecer-los pessoalmente, até hoje. Que alegria ver vocês ao vivo e a cores. Querida, você é realmente linda, e o Sr. Gregório é muito mais bonito ao vivo do que nas fotos."
A expressão de Ophélia permaneceu inalterada: "Foi o Nileson que te contou que eu era feia?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....