Volta! Volta!!! A Nossa Casa romance Capítulo 156

"Porque o meu irmão mais velho é bom comigo."

Gregório resmungou: "Ele é bom com quem não é?"

"Para mim, não importa para quem ele é bom." - Ophélia disse: "Eu só me importo com quem é bom para mim".

As pessoas que eram boas para ela eram poucas, então ela valorizava muito isso.

Além disso, já é tão precioso que alguém o trate com bondade, você ainda deveria querer ter isso exclusivamente?

Gregório retrucou: "Eu não sou bom para você?"

Ophélia olhou para ele em silêncio, com os olhos dizendo: "O que você acha?".

"Como eu poderia não ser bom para você?" - Gregório cerrou os dentes: "Ophélia, você não tem um pingo de gratidão?"

"Você vai me ridicularizar" - disse Ophélia.

"Eu ridicularizei o quê em você?"

Ophélia virou o rosto, realmente não queria trazer isso à tona.

"Você disse que meu cabelo parecia uma melancia."

Naquela época, ela já tinha 12 anos, uma idade em que a autoestima das meninas começa a florescer fortemente. Acabara de chegar à Família Pascoal, vinda de um orfanato, e Nileson e os outros a apelidaram de "pequena melancia" - o que a incomodou por muito tempo.

"Quando eu disse isso..."

Gregório parou no meio da frase, lembrando-se.

O orfanato onde Ophélia passou a infância tinha condições modestas, uma menina de pele delicada acabou crescendo ali de forma bastante rude, seu cabelo originalmente bonito era como palha seca.

Dona Eunice cortava seu cabelo sozinha, sem ter aprendido a cortar cabelo, deixando a franja e as pontas muito retas, parecendo uma meia melancia na cabeça.

Um sorriso surgiu nos lábios de Gregório, enquanto seus olhos brilhavam de divertimento: "Tudo isso por causa disso?"

Ophélia ficou de cabeça baixa, em silêncio.

Gregório jamais imaginou que seria esse o motivo.

Desde criança, ele havia zombado de tantas pessoas que poderia dar a volta ao mundo duas vezes com elas. Comparada a isso, a melancia poderia até ser considerada um elogio.

Gregório baixou os olhos dispersos, observando o rosto dela assumir um tom rosado de leve irritação, sentindo como se uma pena estivesse tocando gentilmente seu coração.

"Só porque eu ri do seu corte de cabelo uma vez, você prefere meu irmão e não gosta de mim? Isso não é injusto?"

Ophélia não entendia por que ele insistia em usar seu irmão para envergonhá-la, começando a ficar furiosa.

"Meu irmão é melhor que você em muitas coisas, ele é gentil, lembra do meu aniversário e me compra bolo, está satisfeito agora?"

"O bolo era sempre eu quem comprava para você." - Gregório se sentia frustrado, se soubesse, não teria deixado o irmão ajudar a entregá-lo.

Maldita fosse sua língua solta, sempre gostando de provocá-la, ele não sabia quão sensível e rancorosa uma garotinha poderia ser, não é à toa que Ophélia desde pequena não gostava de lidar com ele.

Como a havia irritado daquela vez, Gregório nem se lembrava mais, ele comprou um bolo para ela e, quando bateu na porta, ela não abriu. No final, ele pediu ao irmão que o entregasse, com medo de que ela fizesse birra e não aceitasse, e fez questão de dizer a ela que não mencionasse que tinha sido ele quem o havia enviado.

Nos anos seguintes, ela sempre deixou que o irmão a entregasse, para simplificar as coisas.

Afinal de contas, era para ela, não importava se era ele ou o irmão que a entregava, qual era a diferença?

Gregório jamais teria imaginado que, anos depois, isso se tornaria um problema, ou teria arrombado a porta naquela época.

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