Dona Eunice, equilibrando um prato de frutas, pareceu ouvir algo surpreendente e apressou-se em se afastar para mais longe.
Ophélia, com o rosto tenso, virou-se para sair, enquanto Gregório segurava seu braço. Ela tentou se libertar, mas ele permaneceu imperturbável, olhando para ela como se estivesse vendo uma garota amarrada tentando inutilmente se libertar.
Depois de várias tentativas infrutíferas de se libertar, as pessoas que passavam pelo corredor lançaram olhares curiosos para ela.
Ela olhou para cima e o encarou: "Você pode parar de me arrastar para cá?"
"Eu apenas a segurei, é você quem está se debatendo." - Gregório não deixou espaço para negociação: "Vamos comer primeiro. Depois você pode ir."
"A vovó está dormindo, não vamos incomodá-la."
"Então vamos para a cafeteria do hospital."
Ophélia olhou para ele: "Você está com medo de não ter gente suficiente nos vendo?"
Gregório ficou em silêncio por alguns segundos sob o olhar resistente dela, então colocou a sacola na mão dela e soltou seu braço.
"Então vá comer sozinha."
Ophélia, não querendo mais discutir, pegou a sacola e foi embora.
Gregório observou-a se afastar, vestindo sempre um jaleco branco impecável, com o cabelo preso por um simples elástico preto. De costas, podia-se ver seu pescoço esguio e as orelhas pálidas.
Ela saiu de forma decidida, logo desaparecendo na curva do corredor.
Sem olhar para trás nenhuma vez.
Carregando a bolsa, Ophélia voltou ao departamento de oftalmologia.
A sacola trazia o logotipo de um renomado restaurante local, e dentro dela estavam todos os pratos que ela adorava.
O nariz de Rute farejou o aroma e se aproximou: "Esse bolo de caranguejo tem um cheiro tão bom, imagine o gosto dele".
Ophélia prontamente lhe passou outro conjunto de talheres: "Rute, você não precisa ser tão sutil".
Ophélia, depois de terminar sua refeição, fechou a marmita: "Você está imaginando coisas."
A nova escala de turnos foi logo publicada, e o misterioso Sr. Allende não se atreveu a fazer nenhum truque dessa vez, distribuindo os turnos de forma igual e justa.
Por coincidência ou não, a véspera de Natal foi designada para Ophélia.
Isso não fazia diferença para ela; se não fosse ela, teria sido outro colega. Dada sua situação de solidão, talvez fosse até mais apropriado.
Na tarde seguinte, assim que Ophélia voltou da clínica, viu a Sra. Eunice perguntando por ela, segurando uma grande bolsa térmica.
"Dra. Zamith está?" - Selena apontou assim que Ophélia voltou.
A velha senhora ao lado de Dona Eunice se virou: "Oh, minha querida neta chegou na hora certa."
Sentada no refeitório, Ophélia viu a Sra. Eunice tirar as lancheiras da bolsa térmica, revelando seis pratos e uma sopa, todos ainda quentes.
"Espero que não tenha esfriado, coma logo. A velhinha disse que você sempre esquece de comer quando está trabalhando, então ela fez questão de preparar mais, eu pedi para ela comer primeiro, mas ela insistiu em esperar você."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....