Após aplicar o remédio, Gregório tirou o casaco que envolvia seu corpo e viu sua blusa rasgada, expondo um ombro alvo como neve. O olhar que havia suavizado por um momento, novamente se carregou de nuvens escuras.
Ele sentia o sangue em seu corpo tão estagnado que parecia não fluir, sufocando-o a ponto de enlouquecer, querendo arrastar Bráulio para perto de si e despedaçá-lo como forma de aliviar sua raiva.
Quando ele tentou tirar as roupas de Ophélia, ela instintivamente recuou, tentando se proteger.
Gregório respirou fundo para conter sua raiva crescente e tentou suavizar sua voz dizendo: "Sou eu, não tenha medo. Suas roupas estão sujas, deixe-me ajudá-la a tirá-las".
Ophélia soltou suas mãos, permitindo que ele a despisse. Gregório então pegou um pijama de mangas compridas para ela vestir e a fez deitar-se.
Ela estava anormalmente dócil e silenciosa, deitada de olhos abertos sem falar ou chorar, como uma boneca sem vida.
O celular de Gregório tocou com uma ligação de Bertram. Ele olhou rapidamente e atendeu.
Bertram falou com um tom sério: "Gregório, você viu a Ophélia hoje? Não consigo falar com ela pelo celular, e ela não estava no hospital quando fui procurá-la, estou preocupado..."
Ele estava a caminho de uma reunião de colegas quando ouviu de Tarsila Fagundes que não conseguia entrar em contato com Ophélia, então correu para o hospital.
Não encontrando ninguém no local e com um dos médicos que deveria estar de plantão misteriosamente ausente, ele decidiu ligar para Gregório.
Apesar da situação complicada entre eles, se Ophélia estivesse realmente em perigo, a ajuda de Gregório seria muito valiosa.
Antes que Bertram pudesse terminar, Gregório disse: "Ela está comigo".
A voz de Bertram vacilou, sem saber o que Gregório queria dizer com "ela está comigo".
"Você não foi se encontrar com seus colegas?"
"Fui." - A resposta de Gregório foi curta e fria.
Houve um silêncio do outro lado da linha.
Será que eu preciso realmente reportar a você? Quem você pensa que é para ela? Gregório pensou, irritado.
Mas talvez fosse porque Ophélia havia chorado tanto em seus braços, suas lágrimas encharcando sua camisa, e agora o tecido sobre seu ombro ainda estava úmido.
A mancha escura de sangue misturada às lágrimas dela.
Com a ponta dos dedos, Gregório tocou delicadamente a marca: "Dói?"
Seu corpo rígido estava envolto em um abraço caloroso e sua voz era muito suave. Ophélia, que havia se acalmado há pouco, sentiu suas emoções se agitarem novamente, como o mar depois de um tsunami, que, ao menor sopro de vento, começa a se agitar novamente.
Ela respirou fundo, tentando se conter.
"Chore" - disse Gregório: "você se sentirá melhor se chorar".
Assim que ele falou, Ophélia não conseguiu mais se conter e as lágrimas começaram a escorrer abundantemente.
No início, ela tentou segurar as lágrimas, mas logo não conseguiu mais se conter e se encostou no peito dele, chorando alto.
Gregório sentia uma dor aguda de compaixão, beijando suavemente seu couro cabeludo, testa e o canto dos olhos, tentando consolá-la com toda a ternura que tinha.
"Ophélia, você vai acabar me matando."
Enquanto secava as lágrimas salgadas em seus olhos, ele prometeu: "Ele nunca mais vai poder te machucar."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Volta! Volta!!! A Nossa Casa
Legal, eu estava lendo e gostando, mas não tinha condições pra continuar, tomara q seja uma boa leitura por aqui....