Ele arrancou a gravata e a jogou casualmente no sofá.
O silêncio perdurava na sala de estar, e Sávio chegou a pensar que Dionísia realmente tinha se irritado e voltado para o quarto.
Mas não demorou muito para que uma caneca de água morna e dois comprimidos para o estômago fossem colocados na mesa de centro à sua frente.
Sávio levantou os olhos, surpreso.
Lá estava Dionísia, agachada do outro lado da mesa de centro, com uma expressão de preocupação estampada no rosto.
A razão da sua irritação, no fundo, era a preocupação com a saúde dele.
"Como você sabia onde encontrar os medicamentos para o estômago?"
A voz de Sávio estava rouca, e seu olhar, sombrio e profundo.
Dionísia se agachou, apoiando os braços cruzados, parecendo um pequeno cogumelo aborrecido.
"Você não voltava para casa o dia todo, e eu imaginei que você teria compromissos sociais, então pedi para a Bruna preparar os medicamentos com antecedência, esperando que você voltasse para pegá-los."
Um lampejo de surpresa atravessou rapidamente os olhos de Sávio.
Então era isso.
Por um momento, o olhar que ele lançava para Dionísia carregava uma mistura complexa de emoções.
"Você vai tomar o remédio ou quer que eu te dê?"
A jovem tentou soar irritada, querendo parecer mais intimidadora do que normalmente era.
Mas para Sávio, sua tentativa de parecer brava soava adoravelmente fofa.
Com um toque de travessura, ele provocou:
"Minha cabeça dói tanto que só incomodando a Sra. Queiroz para me dar o remédio."
Dionísia corou intensamente com essa referência a "Sra. Queiroz".
Que falta de pudor!
"Sra. Queiroz? Desde quando ajuda o marido a tomar remédio?"
Dionísia cobriu o rosto ardente, desejando poder tapar a boca dele com algo.
"Já chega, eu vou dar o remédio, tá bom?"
Ela retirou um comprimido e o segurou na palma da mão.
Depois de hesitar, Dionísia finalmente reuniu coragem e levou o medicamento até os lábios dele.
Sávio obedientemente engoliu o remédio.
Sob o efeito do álcool, Sávio disse algo que normalmente não diria.
"Dionísia, tenha um filho comigo."
Sua voz era baixa e sedutora, carregando o charme de um homem maduro.
Embora Dionísia não pudesse vê-lo, ela sentia seu olhar ardente percorrendo seu corpo.
Ela se sentiu extremamente envergonhada, desejando poder se esconder em algum lugar.
Sem resposta, Sávio franzia a testa.
"Você não concorda?"
As bochechas de Dionísia estavam tão vermelhas que pareciam sangrar, "Eu, eu..."
Isso era direto demais.
Ela nunca tinha sequer abraçado ou beijado um homem antes, e de repente, a conversa avançou para ter filhos, o que a deixava extremamente desconfortável.
Sávio apertou sua cintura delicada, sua voz carregando uma firmeza inegociável.
"Dionísia, responda minha pergunta."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...