Helena Pereira estava completamente desarrumada, lutando com todas as suas forças para empurrar o carro, até que finalmente conseguiu tirá-lo do lugar.
Assim que as rodas começaram a girar, uma lama cobriu-a dos pés à cabeça.
Helena estava a ponto de enlouquecer!
Por que Amélia Pereira podia sentar-se confortavelmente em sua grande mansão, saboreando um caldo de canja enquanto se aquecia ao lado da lareira?
Enquanto ela tinha que enfrentar uma tempestade terrível para empurrar o carro, ficando coberta de lama, mais miserável que um mendigo!
Ela também estava grávida! Não havia ninguém para cuidar dela?
Amélia, essa miserável, só porque a havia empurrado sem querer, precisava guardar rancor assim?
Ao maltratar uma grávida, não temia o castigo divino?
Helena, resmungando, entrou no carro.
Ao ver a lama em seu corpo, o Sr. Alencar franzia a testa em desgosto.
A estrada montanhosa era difícil, o carro frequentemente atolava na lama.
Helena tinha que descer para empurrar o carro, e suas roupas já estavam encharcadas de lama, não havia um fio de cabelo sequer que estivesse limpo.
Na última vez que empurrou o carro, Helena sentiu um calor no baixo ventre, como se algo estivesse vazando.
Ao olhar para baixo, quase teve um colapso.
"Estou sangrando! Estou sangrando!"
Helena gritava desesperadamente, voltou para o carro e, agarrando a gola do Sr. Alencar, despejou uma série de insultos.
"É tudo culpa sua! Insistiu para que eu saísse para empurrar o carro, se algo acontecer a este bebê, eu te mato!"
Era a última esperança dela na família Alencar!
Este bebê, de jeito nenhum poderia sofrer algum mal!
O rosto do Sr. Alencar também estava terrivelmente pálido, "Chega de gritaria! Você quer que as coisas piorem, é isso? Tome logo um remédio para acalmar o feto e fique quieta por um momento!"
Eles continuaram se empurrando e discutindo.
Ninguém notou que uma pessoa vestida de preto se aproximou sorrateiramente do carro e se escondeu no porta-malas.
...
Tio havia sido gravemente ferido, mas ainda assim se preocupava com ela.
Apenas a ideia de que ela poderia estar com medo o fez correr para vê-la sem pensar duas vezes.
Com um tio tão maravilhoso, quem não se sentiria tocado?
Amélia apressou-se em ajudar Sávio a deitar na cama, "Tio, você está ferido, deite-se logo."
"Hmm."
Depois que o tio se deitou, a cama, antes fria, aos poucos se aqueceu.
Amélia, abraçando sua cintura estreita e musculosa, de repente não sentiu mais medo da tempestade lá fora.
Com o tio ao seu lado, ela não precisava se preocupar com nada e podia relaxar completamente.
Amélia sentiu suas pálpebras pesarem, abraçando a cintura do tio, adormeceu tranquilamente.
Naquela noite, Amélia dormiu profundamente, usando o braço do tio como travesseiro.
O braço de Sávio, já dormente e formigando, não se moveu a noite toda para não acordá-la, servindo de travesseiro durante toda a noite.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...