Amélia carinhosamente se aninhou nos braços de Sávio, inalando o suave aroma de pinho que emanava dele.
Ela, como um pequeno gato, esfregou-se ternamente contra ele.
“Tio, eu não quero mais ir para a escola.”
Sávio, ansioso, perguntou: “Alguém está te importunando lá?”
Amélia balançou a cabeça negativamente.
“Não é isso, é só que todo mundo na escola já sabe que estou grávida. Eles me olham de um jeito diferente, tenho medo... medo de serem maldosos nas minhas costas.”
Estar grávida durante a universidade é, afinal, uma raridade.
Naturalmente, as pessoas falam.
Uma pessoa pode comentar aqui e ali, mas quando muitas pessoas juntam-se, os boatos transformam-se em um monstro imenso, provocando medo e insegurança.
Sávio, gentilmente, acariciou seus cabelos, consolando-a:
“Menina, quem foi que me disse uma vez que não se importa com o que os outros pensam, mas sim com o que sente no coração?”
Amélia hesitou.
Essas palavras lhe eram muito familiares; ela mesma as havia dito antes.
Como pôde esquecer-se disso?
“Seja continuar estudando ou decidir fazer uma pausa, qualquer que seja a sua escolha, eu te apoio incondicionalmente.”
“Só espero que, ao fazer sua escolha, pense mais em você do que na opinião dos outros.”
“Não importa o que as pessoas digam, você sempre será o meu tesouro mais precioso.”
A voz de Sávio era profunda e sedutora, cheia da maturidade masculina.
Suas palavras soavam como as de um sábio mentor de vida, guiando pacientemente Amélia em seu caminho.
Amélia refletiu profundamente sobre o que o tio havia dito.
Ela encostou seu rosto no peito de Sávio, sentindo os músculos firmes sob sua camisa.
Depois de algum tempo, Amélia disse com determinação:
“Tio, no fundo, eu quero continuar estudando. São só esses boatos que me assustam.”
Mas Sávio não era de se dar por vencido facilmente.
Se a menina não abria a boca, ele suavemente segurava seu rosto, cobrindo seus lábios com os seus, e gentilmente transferia a sopa para sua boca.
Após algumas tentativas, Amélia já não aguentava mais e implorava por trégua.
“Tio, eu... eu vou comer sozinha!”
Suas bochechas estavam mais vermelhas que camarões cozidos, tomada pela vergonha, ela desejava poder se esconder.
Quem era que tinha aversão a alimentar outros com a boca?
O tio esqueceu-se de sua própria mania de limpeza?
Contudo, Sávio acabou gostando desse jogo de alimentá-la, insistindo em usar esse método até ela terminar de tomar toda a canja.
Os lábios de Amélia estavam levemente inchados, brilhando.
A quem quer que visse, era óbvio o que havia acontecido.
Desde então, Sávio encontrou uma maneira de tratar sua menina.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...