Ela estava vestida apenas com uma camisola de seda fina, sob a luz suave que lhe conferia um brilho etéreo, envolvendo-a em uma aura delicada.
Dionísia tinha um semblante tranquilo no sono, suas bochechas pálidas tingidas de um suave rubor e seus cílios negros e densos projetavam sombras sob seus olhos.
Sávio trocou de sapatos no hall de entrada e entrou na sala de estar.
Ele pensou que seus movimentos fossem leves, mas acabou acordando a pessoa que estava dormindo sobre a mesa.
Dionísia mexeu o nariz, "tio, você bebeu?"
O aroma de álcool e tabaco em Sávio não era desagradável, mas misturava-se harmoniosamente com o cheiro de sândalo ao redor, criando uma fragrância masculina madura e atraente.
"Sim," a voz de Sávio era profunda e rouca, "por que você adormeceu aqui?"
Dionísia se levantou, "Você não me deixou dormir no sofá, então eu fiquei esperando aqui."
Sávio ficou sem palavras.
Ele a proibira de dormir no sofá, preocupado que ela pudesse se resfriar devido à sua constituição frágil.
E ela, por sua vez, acabou adormecendo sobre a mesa, correndo o mesmo risco de adoecer.
Sávio estendeu o dedo indicador e tocou a testa dela com um gesto de resignação, seu tom carregado de um afeto que ele mesmo não percebia: "Pequena cega, cabeça dura."
Dionísia cobriu a testa, respondendo timidamente: "Eu estava apenas seguindo suas instruções."
Sávio parecia desconfortável, cambaleando levemente em direção ao sofá.
Dionísia rapidamente o segurou pelo braço, ajudando-o a sentar-se.
"Fique aqui um momento, vou pegar água para você."
Quando Dionísia estava prestes a ir, Sávio a segurou pelo pulso, "Não precisa."
O homem riu baixo, sua voz rouca transbordando cansaço: "Pequena cega, melhor cuidar de si mesma."
"Eu já coloquei água para esquentar, você pode ir tomar um banho a qualquer momento."
Sávio murmurou um assentimento, apoiando os cotovelos nos joelhos e inclinando a cabeça para baixo enquanto descansava.
Ele recuperou um pouco de suas forças e estava prestes a tomar um banho, mas notou que Dionísia ainda estava parada lá, aparentemente preocupada em deixá-lo sozinho.
Sávio sorriu casualmente, "Vou tomar um banho agora. Você vai vir junto?"
"Ah?" Dionísia não entendeu de imediato.
Após alguns segundos, ela percebeu o que ele queria dizer e suas bochechas coraram instantaneamente, "Não, claro que não."
Ela apenas estava preocupada que ele, por ter bebido demais, não pudesse cuidar bem de si mesmo e queria ficar para ajudar.
Sávio fingiu interpretar mal suas intenções, tirou a gravata e a jogou no sofá. Com dedos longos, parecidos com jade, começou a desabotoar sua camisa de forma lenta e deliberada, transformando um gesto simples em algo extremamente atraente.
"De qualquer forma, você não pode ver, então não há problema em seguir."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...