No ensino médio, Amélia e Palmira estavam frequentemente juntas.
Mas a relação entre as duas não era exatamente de igualdade; para ser mais preciso, Amélia era como uma seguidora de Palmira.
Palmira vinha de uma família abastada e frequentemente ordenava que Amélia fizesse isso e aquilo para ela, depois lhe dava um pouco de dinheiro como se fosse uma esmola.
No entanto, Palmira tinha um temperamento difícil e às vezes descontava sua raiva em Amélia, rebaixando-a na frente de muitas pessoas até fazê-la se sentir insignificante, chegando até a ridicularizá-la publicamente.
"Olha só, todos vocês já chegaram, hein?"
Palmira, vestida com roupas de grife e balançando seus óculos escuros na mão, entrou.
"Você está atrasada, tem que beber três doses como punição." Um dos rapazes incitou.
Palmira frequentava bares com regularidade, então beber três doses era brincadeira para ela.
Ela abriu uma garrafa de cerveja, encheu três copos consecutivamente e os bebeu de uma vez, fazendo questão de mostrar o fundo do copo para todos.
"Palmira é demais!"
Palmira entrou no camarote e colocou sua bolsa de luxo caríssima em um lugar bem visível na mesa.
Todos ergueram o olhar e puderam vê-la imediatamente.
"Não é a Dionísia? Ah, esqueci, agora você prefere ser chamada de Amélia?"
Amélia comprimiu os lábios, "Sim, mudei meu nome."
Palmira fez um gesto exagerado de surpresa, cobrindo a boca com a mão.
"Eu jurava que essas coisas só aconteciam em novelas! Amélia, quanto tempo, vamos brindar?"
Amélia acenou negativamente com a mão.
"Não, obrigada. Minha saúde não está boa, não posso beber."
"Só uma dose, não vai fazer mal. Você não vai recusar a bebida que estou oferecendo, vai? Não está mais magoada comigo, está?"
Essa fala de Palmira fez o ambiente ficar tenso de repente.
No passado, Palmira sempre teve um temperamento difícil, o que todos percebiam.
Amélia, seguindo-a por perto, era como uma saco de pancadas pessoal.
Palmira apontava para o leste, e Amélia não ousava ir para o oeste.
Relembrando tudo isso, Amélia se sentia deprimida.
Outras pessoas no camarote tentaram amenizar a situação.
"Vamos deixar o passado no passado, não é fácil a gente se reunir assim. Vamos, eu faço um brinde a todos."
Mas Palmira não se conteve e balançou o copo de bebida na mão.
"Não, hoje eu não vou beber o brinde de ninguém, só o de Amélia."
"Amélia, você não vai me deixar sem essa cortesia, vai?"
Vitória, vendo sua amiga ser maltratada, sentiu uma onda de raiva subir.
"Chega, Palmira! Amélia disse que não bebe, por que você insiste? Você ainda a vê como seu saco de pancadas?"
"Não venha com acusações, eu não disse isso."
Palmira lançou um olhar desdenhoso para Vitória.
Essa mulher sempre foi muito protetora com Amélia.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...