"Venha jantar primeiro."
Dionísia Campos acumulou os presentes e, junto com o tio, sentou-se à mesa para a ceia de Natal.
À mesa, a grande família estava unida e feliz, sem intrigas ou competições.
Depois da ceia, todos se reuniram no quintal.
"Vamos soltar fogos de artifício, vamos soltar fogos de artifício."
Os sobrinhos corriam de um lado para o outro com varinhas mágicas perto da fonte.
Isaías Queiroz soltou alguns fogos de artifício, cujos sons estrondosos iluminaram o céu com uma beleza deslumbrante.
Dionísia se assustou com o barulho dos fogos.
Sávio Queiroz apareceu atrás dela sem que percebesse e cobriu-lhe as orelhas com as mãos.
Flocos de neve começaram a cair do céu, pousando nos cílios de Dionísia, que brilhavam com admiração.
"Você consegue ver os fogos?" perguntou Sávio.
Dionísia, meio que espreitando, respondeu: "Consigo ver um pouco, está meio embaçado, mas é muito brilhante."
Os fogos de artifício eram realmente belos contra o céu noturno.
"Já está ficando tarde, vocês devem passar a noite na casa antiga hoje."
Quando a Velha Sra. Queiroz falou, Dionísia e Sávio não tiveram escolha senão obedecer.
Eles eram um casal e, naturalmente, dormiriam no mesmo quarto à noite.
"Você ainda não terminou?"
Sávio bateu na porta de vidro do banheiro.
Dionísia já estava lá dentro há quase meia hora, por que ainda não tinha saído?
"Já estou saindo."
A voz tímida da garota veio de dentro.
Dionísia saiu do banheiro enrolada em um roupão, segurando a gola com uma mão, com medo de expor sua pele suave e delicada.
"Por que demorou tanto?"
"Demorei?"
Dionísia piscou seus grandes olhos úmidos, e suas bochechas ficaram coradas.
"Seque o cabelo e vá dormir, já está tarde."
"Ah."
Não estando acostumada com o secador de cabelo da casa dos Queiroz, Sávio prontamente pegou o aparelho e começou a secar o cabelo dela ele mesmo.
Logo, Sávio também se deitou.
Dionísia se encolheu no canto da cama, tentando tornar sua presença o mais discreta possível.
"Você tem tanto medo de mim assim?"
"Claro que não," Dionísia respondeu com uma voz fina e delicada.
"Por que está tão longe de mim?"
"Eu, eu estou com um pouco de calor."
O corpo do tio estava quente, como uma grande estufa.
"Venha aqui."
Com um movimento rápido do braço, Sávio puxou a pequena figura que quase caía da cama de volta para seus braços.
Seu braço firme a envolveu, impedindo-a de se mover.
Dionísia ficou com o rosto vermelho como um tomate, murmurando: "Me solte."
"Se eu não tivesse te segurado, você já teria caído para debaixo da cama. Diga-me, como vai me agradecer?"
Pelo tom sugestivo de Sávio, Dionísia sentiu seu coração pular.
Será que o tio estava insinuando que ela deveria ajudá-lo novamente?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Virei Seus Olhos Neste Mundo Sujo
Não vai haver novos capítulos?...