Um Vício Irresistível romance Capítulo 52

— Acabei de ouvir que a Clarice tinha um relacionamento suspeito com o antigo dono da Torres Advocacia. Dizem que os dois saíam juntos com frequência, e ela passava horas no escritório dele! Também falam que o sucesso dela aqui no escritório veio todo de subir na cama dos outros. Aliás, em Londa, dizem que ela tem “envolvimento” com vários homens! — Teresa pausou, como se estivesse hesitando em continuar, numa tentativa calculada de parecer cuidadosa.

Sterling, com o rosto fechado, massageou as têmporas e respondeu, irritado:

— Você é advogada agora, deveria saber que, para acusar alguém, precisa ter provas. E você realmente acha que eu tenho tempo para ouvir fofocas de escritório? Antes de me trazer esse tipo de absurdo, use sua cabeça e verifique a veracidade. Não quero ouvir mais esse tipo de bobagem, entendeu?

Sua voz estava carregada de impaciência, e a frustração era evidente.

Eles estavam casados há três anos. Clarice era ocupada, sempre envolvida com trabalho, mas nunca deixava de acordar cedo para preparar o café da manhã para ele, assim como o jantar à noite. Até as roupas dele, ela fazia questão de lavar à mão. Sterling acreditava que ela talvez tivesse sentimentos por outra pessoa, mas nunca acreditou que ela usaria o próprio corpo como moeda de troca.

Ainda assim, ouvir rumores sobre sua esposa e outros homens o deixou incomodado. “Mesmo quando confiamos, o orgulho masculino pode ser ferido de maneira inesperada.”

Teresa, por outro lado, tinha planejado cuidadosamente suas palavras. Ela queria que Sterling ficasse com nojo de Clarice, que a expulsasse de casa. Mas, ao invés disso, ele a repreendeu. As palavras que ela tinha preparado na ponta da língua morreram antes mesmo de sair.

Antigamente, tudo o que ela dizia, Sterling acreditava sem questionar. Por que agora parecia diferente?

— A Torres Advocacia está sob sua gestão agora. Pessoas que espalham esse tipo de fofoca devem ser demitidas imediatamente! — Sterling ordenou com um tom afiado, os olhos frios como lâminas.

Teresa sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Apavorada, ela tentou recuar:

— Sterling, acabei de começar no escritório. Se eu já começar demitindo alguém, o que os outros vão pensar? Talvez seja melhor dar um aviso formal, deixando claro que não aceitaremos mais esse tipo de comportamento. Se ela repetir, aí sim, eu a demito. O que acha?

Sterling não respondeu.

O silêncio dele a deixou ainda mais insegura. Teresa apertou o celular com tanta força que seus dedos ficaram brancos, sem saber o que dizer.

Depois de um longo momento, a voz de Sterling veio fria e lenta pelo telefone:

— Teresa, não se esqueça: Clarice é minha esposa. Não me force a tomar medidas drásticas. Se isso sair do controle, nem eu poderei te proteger.

Aquelas palavras foram como uma bofetada. Teresa sentiu o sangue ferver de raiva, mas engoliu em seco. Respirou fundo antes de responder, tentando disfarçar sua frustração:

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