Um Vício Irresistível romance Capítulo 33

— Vocês já estão casados há três anos. Está na hora de terem um filho. Que tal você largar o trabalho por um tempo e se dedicar a engravidar? Depois que o bebê nascer, você pode voltar a trabalhar. O que acha? — Túlio falou, com um tom ansioso. Ele queria desesperadamente que Clarice tivesse um filho. Na sua cabeça, isso seria o suficiente para prender Sterling em casa e fazê-lo se dedicar à esposa e à família.

Clarice deu uma risada curta e balançou a cabeça, prestes a recusar a ideia, quando uma voz interrompeu:

— Sr. Túlio. Ouvi dizer que o senhor pretende passar parte das ações do Grupo Davis para Clarice. Eu não concordo!

Ao ouvir isso, Clarice levantou os olhos e viu sua sogra, Virgínia Anderson, entrar apressada pela porta. O rosto dela estava carregado de raiva, e parecia que havia acabado de voltar de uma longa viagem.

Túlio cruzou os braços, o rosto escurecido pela irritação.

— Minhas ações pertencem a mim. Eu as dou para quem eu quiser! Você não tem que concordar com nada!

Virgínia caminhou até Clarice e parou bem à sua frente. Seus olhos afiados pareciam querer perfurá-la.

— Clarice. Se você aceitar essas ações, então se divorcie de Sterling!

Virgínia sabia exatamente o quanto Clarice ainda se importava com Sterling. Ela tinha certeza de que, para não perder o marido, Clarice recusaria as ações.

Clarice, no entanto, abriu um sorriso calmo e respondeu com uma voz tranquila:

— Se você conseguir convencer Sterling a se divorciar de mim, eu assino os papéis na mesma hora.

As palavras leves de Clarice fizeram Túlio estremecer por dentro. A ideia de ela falar em divórcio com tamanha naturalidade o deixou aflito. Ele, então, virou-se para Virgínia com o rosto em fúria:

— Cale a boca! Você não tem autoridade para mandar na minha vida!

A raiva o fez tremer, e seu rosto ficou vermelho de indignação.

— Você só tem 8% das ações do Grupo Davis, e agora quer dar 5% para ela? A família Davis não é só ela! Isso não é injusto? — Virgínia disparou, sua expressão carregada de desgosto.

As palavras saíram cheias de dor. Virgínia havia perdido o filho que criara com tanto cuidado e dedicação. Nenhuma quantidade de ações poderia preencher o vazio que ele deixou, mas, na mente dela, talvez isso fosse uma pequena compensação.

Clarice observou a cena em silêncio. Na sua memória, Virgínia sempre foi a imagem da perfeição: elegante, gentil e sempre com um sorriso amável. Para todos ao redor, ela era a esposa ideal, a socialite impecável e uma madrasta admirável.

Mas agora, diante de 5% das ações, aquela máscara perfeita havia caído. Virgínia mostrava sua verdadeira face, gananciosa e distorcida pela raiva.

A expressão dela trouxe à mente de Clarice uma lembrança amarga de três anos atrás, quando seus próprios pais a forçaram a se casar com Sterling. O rosto endurecido e cruel de Virgínia naquele momento parecia o mesmo de seus pais naquela época.

Túlio, tomado pela indignação, apontou o dedo para Virgínia e gritou:

— Se naquele dia você não tivesse forçado Luiz a sair atrás de Teresa, ele ainda estaria vivo! A culpa pela morte de Luiz é toda sua!

Clarice ficou imóvel, atônita com o que acabara de ouvir. Durante todo o tempo em que esteve na família Davis, ninguém nunca mencionara os detalhes da morte de Luiz. Agora, ela finalmente entendia que havia muito mais nessa história do que imaginava.

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