Lilian era uma verdadeira admiradora de Clarice. Para ela, a Sra. Clarice era simplesmente a melhor em tudo.
— Se me permite dizer, ser líder de equipe é pouco para você. Com sua competência, deveria ser sócia sênior do escritório. — Comentou Lilian, cheia de convicção.
Clarice, no entanto, não compartilhou do entusiasmo. Seu sorriso desapareceu, e ela respondeu com seriedade:
— Eu talvez nem seja a escolhida. Esse tipo de coisa, você só comenta comigo aqui dentro. Se falar isso lá fora, vão rir de você... e de mim.
Ela sabia que sua popularidade no escritório não era das melhores. Se esse tipo de comentário chegasse aos ouvidos das pessoas erradas e, no fim, ela não fosse promovida, seria alvo de chacota.
— Só estou desabafando com você, Sra. Clarice. Claro que não vou sair por aí contando para os outros. Mas, me diga, vai ao jantar hoje à noite? — Perguntou Lilian, com uma casualidade que só existia graças à convivência de dois anos como assistente de Clarice.
Clarice olhou para o relógio antes de responder:
— Preciso sair agora, mas, se for confirmado o jantar, me mande o endereço. Eu te encontro lá.
O bracelete da família Davis era um presente de seu avô. Ela não deixaria aquilo cair nas mãos de Teresa para sempre. Mais cedo ou mais tarde, Sterling seria capaz de dar aquilo a ela de vez. Melhor resolver isso logo.
— Combinado. Vou te enviar a localização depois. — Lilian falou enquanto organizava os papéis na mesa.
Clarice juntou suas coisas e saiu do escritório. No caminho para o Grupo Davis, recebeu uma ligação de Túlio. Ao ver o nome do avô no visor, hesitou por um instante antes de atender.
— Vovô?
— Clarice, venha agora para o escritório do Sterling. Preciso falar com você! — O tom de Túlio estava carregado de irritação.
— Aquele bracelete é um símbolo da família Davis. Mesmo que não tenha grande valor financeiro, ele carrega um peso histórico! Acha que comprar qualquer outro e dar para Clarice vai resolver isso?
Túlio nunca simpatizou com Teresa. Ela podia até parecer doce e gentil, mas ele sabia que, por trás da aparência, havia uma mulher manipuladora e interesseira.
Sterling suspirou, massageando as têmporas, como se quisesse afastar a irritação.
— Já dei o bracelete. Não faz sentido pedir de volta agora. — Respondeu Sterling, com um tom de impaciência.
Para ele, não havia diferença entre Teresa e Clarice. Ambas faziam parte da família Davis, então o bracelete estava em boas mãos. No fundo, o que ele realmente achava era que Túlio só estava criando caso por causa de sua predileção por Clarice.
— Tudo bem, se você não quer resolver isso, eu mesmo vou ligar para Teresa e exigir que devolva o bracelete. — Disse Túlio, categórico. Como patriarca, ele sabia muito bem o que significava para alguém usar aquele bracelete. Não permitiria que Teresa continuasse a ostentá-lo como se fosse a dona da família.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...