Um Vício Irresistível romance Capítulo 12

Sterling franziu as sobrancelhas com força e perguntou em um tom grave:

— O que está acontecendo?

— Clarice comprou um trending topic dizendo que ganhei o prêmio de dança por causa de favores! Disse ainda que eu tenho um amante rico e que estou grávida do filho dele! Agora a minha reputação está destruída, nunca mais vou ter chance de pisar em um palco! Meu futuro... Minha vida... Tudo acabou! Não faz sentido continuar viva! Eu vou me matar! — Teresa gritou, completamente histérica.

O rosto de Sterling imediatamente ficou sombrio.

— Que trending topic? O que aconteceu exatamente?

— Pergunte à Clarice! Foi ela quem armou tudo isso! Ela com certeza sabe! — Teresa gritou ainda mais alto. Mesmo pelo telefone, sua raiva era palpável.

— Tudo bem, não se exalte. Vou perguntar a ela. — Sterling encerrou a ligação com um tom calmo, mas seu olhar já estava carregado de tensão.

Clarice, que estava prestes a fechar os olhos para descansar um pouco, ouviu o diálogo entre Sterling e Teresa. Seu olho começou a tremer involuntariamente.

“Teresa, o que você inventou dessa vez...” Pensou Clarice, sentindo um incômodo crescente.

Não era à toa que ela estava tão sensível. Teresa sempre fora manipuladora e dramática, ligando para Sterling a cada problema mínimo para reclamar.

Enquanto Clarice refletia sobre a situação, a voz de Sterling cortou o silêncio:

— Clarice, por que fez isso? O que você ganha destruindo a reputação da Teresa? — A frieza em sua voz era como uma lâmina afiada.

Clarice demorou um segundo para processar o que ele estava dizendo.

“Então... Teresa está no trending topic de novo? Se ela tem tanto dinheiro sobrando para gastar com isso, poderia me dar um pouco. Ficar comprando trending topic? Que absurdo.” Pensou ela, esboçando um sorriso irônico.

— Clarice, não pense que só porque o vovô te protege eu vou deixar você sair impune! — Sterling estava furioso, e isso transparecia claramente em seu tom de voz.

Clarice sentiu um leve incômodo.

— Você não tem uma equipe de inteligência? É só pedir para eles investigarem. Assim você saberá se fui eu ou não.

Às vezes, ela realmente não entendia como Sterling, tão astuto em outras situações, podia acreditar nas histórias absurdas de Teresa.

Será que a inteligência dele foi afetada? Isso podia ser genético...

Sterling, sem dizer mais nada, parou o carro na faixa de emergência e ligou o pisca-alerta.

— Vou descobrir quem fez isso. Se for você, Clarice, não vou ter piedade. — A voz dele era dura, quase ameaçadora.

Para Sterling, era incompreensível o motivo de Clarice e Teresa serem inimigas mortais. Clarice, que se dava bem com todos na família Davis, parecia ter um ódio especial por Teresa, sempre disposta a atacá-la sem misericórdia.

Clarice já estava cansada de ouvir essas palavras. Sem paciência, respondeu:

— E se você descobrir que foi a Teresa quem se sabotou, vai tratá-la do mesmo jeito que me trata?

Ela sabia que isso era impossível. Sterling colocava Teresa em um pedestal. Era óbvio que ele jamais faria nada contra ela.

— Teresa é uma pessoa tão bondosa. Como poderia fazer algo tão cruel? — Sterling respondeu sem hesitação, como se fosse impensável duvidar de Teresa.

Na mente dele, Teresa ainda era a garota gentil que, anos atrás, arriscou levar uma surra para lhe dar um pedaço de pão. Ela havia salvado sua vida, e ele achava que devia retribuir sendo bom para ela.

— Claro, só faltava isso. Ela é a mais bondosa do mundo, e o resto de nós é todos vilões. — Clarice disse, com a voz carregada de ironia. — Ela está sofrendo? Então vá correndo consolá-la!

Para Clarice, já não fazia diferença o que ela dissesse. Sterling sempre acreditaria em Teresa, não importa o quão absurda fosse a história. Ele parecia enfeitiçado por ela.

Sterling, irritado com o tom sarcástico de Clarice, ordenou friamente:

— Saia do carro!

Clarice olhou para a chuva intensa do lado de fora e sentiu um aperto no peito. Suas mãos se fecharam involuntariamente.

— Me leve para casa primeiro!

Eles estavam no meio de um viaduto. Se ela saísse do carro, não conseguiria chamar um táxi. A área era distante da cidade, e mesmo um carro por aplicativo demoraria para chegar. Além disso, não havia nenhum lugar para se abrigar da chuva. Ela não podia ficar ali sozinha, no frio e no escuro.

— Tá bom, espera aí. Estou a caminho!

Assim que desligou o telefone, Clarice se agachou no chão, abraçando o próprio corpo. Mas o frio parecia não dar trégua.

De repente, o som estridente de um freio ecoou pela estrada. Um carro freou bruscamente à sua frente.

O primeiro instinto de Clarice foi correr.

Mas, antes que pudesse ir longe, a porta do carro se abriu e alguns homens, vestidos de forma extravagante, desceram um por um.

Clarice mal deu dois passos e já foi capturada. O guarda-chuva caiu no chão, e a chuva começou a bater diretamente em seu rosto. O frio percorreu seu corpo, fazendo-a tremer.

— Uau! Que gata!

— Meu Deus, que mulherão!

— É mais bonita do que qualquer ex que eu já tive!

— Chefe, eu quero ficar com ela!

As vozes dos homens eram cheias de malícia, e o cheiro forte de álcool invadiu as narinas de Clarice. Ela sabia, com uma clareza esmagadora, que se caísse nas mãos daquele grupo de bêbados, não teria como escapar.

Respirou fundo, tentando segurar o pânico e forçando-se a manter a calma. Precisava pensar rápido, precisava de uma saída.

— Calma, gata. A gente só quer um pouco de diversão. Não vamos roubar nada, só queremos aproveitar a noite com você. Depois, a gente te leva pra casa, tá bom? — Disse um deles, com a língua enrolada, mal conseguindo falar direito.

— Hoje em dia tem câmera por todo canto. Tudo o que vocês estão fazendo aqui está sendo gravado. Talvez nem dê tempo de vocês terminarem antes da polícia chegar. Não seria melhor irmos para um hotel? — Respondeu Clarice, sua voz controlada, tentando ganhar tempo.

Se conseguisse chegar a um local público, talvez tivesse uma chance de escapar.

— Ah, tá achando que a gente é idiota? — Disse um deles, aproximando-se ainda mais. — Se a gente te levar para um hotel, você chama a polícia e aí sim estamos ferrados. — Ele riu de forma sinistra e estendeu a mão para tocar o rosto de Clarice.

— Melhor colaborar, gata, assim você sofre menos. Agora decide: vai entrar no carro sozinha ou quer que eu te carregue? — Enquanto falava, seus olhos estavam fixos na blusa molhada de Clarice, que grudava em seu corpo.

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