Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 127

Sabendo da grande diferença de temperatura entre os dois lugares, ela pegou seu longo casaco de penas antes de o avião pousar, enrolando-se como se fosse uma bola.

Ainda assim, foi um erro de cálculo.

Nos últimos dois dias, havia caído uma chuva congelante, deixando estalactites penduradas nas árvores e nos postes de luz, que, apesar de parecerem leves e flutuantes, ao tocar na pele, em pouco tempo, a roupa molhada se transformava em gelo.

Essa rua sempre foi movimentada, mas, em pleno inverno e alta noite, o fluxo de carros era apressado, tornando impossível encontrar um táxi.

Tremendo, ela pegou o celular para checar a localização do carro solicitado por aplicativo, que três minutos antes indicava cinco minutos para a chegada, mas agora mudou para meia hora.

Ela olhou para o mapa brilhando em vermelho, o motorista já estava preso no trânsito há algum tempo.

Enquanto hesitava se deveria cancelar a corrida, um carro parou suavemente ao seu lado.

A janela se abaixou, revelando um rosto familiar, com sobrancelhas e olhos serenos, a gola alta cinza escondendo parcialmente a maçã do rosto. Visto do ângulo de Joana, o perfil do homem estava suavemente sombreado, o que, paradoxalmente, adicionava um calor difuso à sua expressão fria.

"Neste horário, será difícil encontrar um táxi por aqui, estou indo para casa, entre no carro."

No carro.

Percebendo o quanto Joana estava congelando, Dionísio Matos aumentou o aquecimento ao máximo.

Lembrando-se de que havia uma bolsa térmica no porta-luvas, ele a pegou e entregou a ela: "Aqueça-se primeiro."

As mãos de Joana estavam tão geladas quanto picolés, e com a bolsa térmica e o aquecimento do carro, ela gradualmente começou a se sentir revivida.

"Obrigada, pensei que fosse congelar até a morte no aeroporto."

Ela aspirou o nariz, pensando que Viviane havia se oferecido para mandar um motorista, mas ela não quis incomodar e recusou, sem imaginar que também teria dificuldades para pegar um táxi no aeroporto.

"Sim," ela mordeu o lábio, um pouco envergonhada, "eu estava em uma região tropical há alguns dias, e de repente, não estou me adaptando bem a este frio."

"Aliás, eu trouxe um pequeno presente para você."

Ela se lembrou de algo e abriu a mochila que carregava consigo.

Dionísio ficou surpreso: "…Presente?"

"Sim, não é só para você, mas também para a professora, todos têm." Joana disse, retirando a parte que lhe pertencia, "Assim que vi, pensei que parecia com você."

Dionísio observou a escultura que ela segurava, uma figura com camisa e calça social, óculos de armação dourada no nariz, segurando um livro. Apesar da expressão séria, a proporção exagerada e adorável do corpo dava um ar bastante divertido à figura.

O homem ficou em silêncio por alguns segundos: "Sério? Acho que, fora o fato de ambos usarmos óculos, não temos muito em comum."

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