Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1118

"Eu não mereço? E será que você, ex-namorado, merece?"

A simples menção de "ex-namorado" fez Ricardo Vieira calar-se completamente.

Dionísio Matos lançou um olhar para seu rosto, fixando-se no lado esquerdo da maçã do rosto, onde a pele havia sido arranhada e uma gota de sangue ainda escorria.

"Você deveria se sentir sortudo por Joana não ter saído prejudicada, caso contrário—"

Ele não terminou a frase.

Mas a ameaça e o aviso estavam claros.

Dionísio conteve-se, recolheu a mão e articulou, palavra por palavra: "Não haverá uma próxima vez."

Dito isso, voltou para junto de Joana Neto, enlaçando sua cintura e permitindo que ela repousasse todo o peso do corpo sobre ele.

"Vamos para casa."

"Tá bom." Joana apoiou-se no peito dele, como um barco que, após muito tempo à deriva em meio à tempestade, finalmente encontrava um porto seguro.

Ricardo permaneceu parado, observando a mulher que um dia amara — e que agora amava ainda mais — aninhando-se nos braços de outro homem, com uma proximidade e intimidade que o dilaceravam.

Era como se uma lâmina cega cortasse seu coração repetidamente.

Não havia alívio, apenas dor.

De repente, um nó subiu-lhe à garganta e, incapaz de se conter, as lágrimas começaram a rolar.

"Joana..."

Ele a chamou como fazia antigamente, com toda a ternura e saudade.

Mas já não havia mais resposta.

Em Casa

Dionísio segurou a mão de Joana e analisou os ferimentos. Um olhar de preocupação surgiu em seu rosto.

"Vou pegar o antisséptico."

"Não precisa, é só um arranhão..." Joana virou a mão para olhar o machucado. "Nem dói."

Mas o homem insistiu: "Onde está?"

Joana suspirou e apontou para o armário próximo.

Ele caminhou até lá e logo encontrou a caixa de primeiros socorros.

Ela estendeu a mão, permitindo que ele aplicasse o remédio. Dionísio manteve o olhar sério enquanto limpava o ferimento com toda a delicadeza.

"Não se preocupe, é só um machucado pequeno..."

Ele parou por um instante e retrucou: "E o que seria um machucado grande para você? Sangrar até desmaiar?"

Joana sorriu sem graça. "Não é nada disso... Professor, você está bravo?"

Joana não resistiu àquela doçura e obedeceu sem protestar.

"O que foi?"

"Vira de costas."

"?"

Dionísio ergueu a barra da blusa dela.

Joana: "!"

"Fica quieta... Quero ver suas costas."

A tensão dela se dissipou aos poucos, e seus ombros relaxaram.

"Não é nada demais. Você está exagerando, professor... Eu não sou feita de porcelana."

Enquanto falava, Dionísio já havia levantado a blusa dela, expondo suas costas delicadas e bem desenhadas.

Três arranhões vermelhos, dois machucados superficiais e um ferimento onde a pele se rompera, com um leve sangramento.

"Você chama isso de 'nada'?" Sua mandíbula se retesou.

Em um instante, ele sentiu uma mistura de raiva e dor.

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