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O sol entrava no quarto fazendo com que a claridade acordasse Marianna. Esfregou seus olhos encarando o teto. Abraçou-se ao travesseiro tentando encontrar forças para levantar.
Lembranças da noite anterior vem à tona fazendo Marianna piscar os olhos várias vezes.
Cria coragem levantando-se e seguindo diretamente para o banheiro.
Após arrumar-se, desce para fazer sua refeição. Encontra apenas Vinícius revirando uma caixa que está sob a mesa.
_Bom dia, Vinícius._Ela aproxima-se do irmão._Essa é a caixa de correspondências?
_Bom dia, Anna. Sim, é a tal caixa. E parece que tem uma carta pra você.
Ele estende a carta na direção da garota esperando que ela pegue-a. Meio sem entender, segura o envelope em suas mãos procurando o remetente.
_Alguém quis agradecer melhor o jantar de ontem, suponho.
Vinicius diz indo embora com a caixa em suas mãos. Marianna lê o nome de Guilherme na carta tremendo levemente. Mas o que será que ele quer com essa carta?
Desejou queimar a carta ou corta-la em vários pedaços, mas algo a fez abri-la. Rasgou o envelope que cobria a parte principal da carta e começou a lê-la.
Querida Marianna, escrevo essa carta me corroendo de culpa por tê-la feito assistir aquela cena deplorável na frente de sua casa, na noite em que fomos apresentados. Sei que lhe fiz chorar e isso não é nada honroso. Passei parte da minha vida arrancando sorrisos das mulheres mas as lágrimas que por minha culpa brotaram dos seus olhos me fizeram sentir-me um lixo. Prometo que aquela cena e nenhuma outra daquele tipo se repetirá em sua frente. Perdoe-me, por favor.
Com carinho e carregado de culpa, Guilherme Santiago.
Marianna aperta a carta em suas mãos totalmente inexpressiva. Pelo que entendeu, aquele tipo de cena não irá repetir-se em sua frente mas sim por trás, às escondidas. Marianna não esperava amor, romance ou nada desse tipo. Mas esperava fidelidade. Não queria ser motivo de chacota nem ser a piada da vez.
Irada, jogou a carta no primeiro cesto de lixo que viu.
Sentou-se à mesa e deu início ao seu café da manhã. Tentou, tentou muito esquecer os olhos azuis de Guilherme mas eles a perseguiam em sua mente.
Marianna ficou sabendo por Dolores que seu pai foi resolver coisas sobre a aliança entre as alcatéias. Coisas do interesse de Marianna também, ressalta ela.
Depois do café, resolveu ler um pouco para distrair-se. Na metade do livro, uma cena de amor. A garota se viu rejeitando a literatura evitando pensamentos indesejáveis.
Na sala, Cícera espanava os móveis cantarolando uma canção muito querida por Marianna.
E quando o sol se pôr ligeiro
Corra, corra, seja o primeiro
Sente à mesa e peça o jantar
Faça bico se a mãe não quiser dar?
Marianna cantarolou junto com Cícera afastando os móveis para ajuda-la. Cícera, mesmo ressaltando que não era preciso, deixou Marianna ajuda-la. Afinal, amava ouvi-la cantar.
Coma, coma, seja apressado
Saia da mesa quando estiver terminado
Limpe a boca e escove os dentes
Guilherme deu um sorriso de mau gosto e continuou seguindo para a sala de jantar. Encontrou sua mãe e seu irmão, suspirou aliviado. Odiaria que seu pai comentasse sobre a carta à mesa.
_Bom dia, família._Disse sentando-se._O que temos de bom hoje? Espero que tenha suco de laranja.
_Depois do seu péssimo humor de ontem, achei que iria encher a cara e só aparecer aqui no dia do noivado._Pedro alfineta._Bom dia, maninho. Seu suco de laranja está logo aí.
Guilherme encarou Pedro de olhos semi cerrados. O engraçado disso tudo é que Guilherme ao chegar ontem naquele estado, não pensou em nada a não ser se desculpar com Marianna e dormir. Em outras ocasiões, teria saído e enchido a cara como o próprio irmão falou.
_Pare com isso, Pedro._Reclamou Madalena._Bom dia, Guilherme. Você precisa providenciar seu traje para o noivado de domingo, filho. Eu e o Pedro iremos hoje mesmo na costureira, vamos?
_Vão na frente._Ele dá um gole farto do seu suco favorito._Se der, aparecerei lá. Mas ainda tem muito tempo.
Madalena não insistiu. Concluiu seu café e arrastou o filho mais novo para o centro do vilarejo.
Guilherme voltou a pensar no nariz vermelho de Marianna e na sua expressão facial ao vê-lo com Brittany. Praguejou baixinho concluindo às pressas seu café.
Em sua mente, ele já sabia o que precisava pra esquecer Marianna. Em sua forma lupina, correu por entre as árvores indo em direção a casa de Brittany. Ultimamente ela tem sido seu melhor passatempo, sua melhor distração.
*&*
Será que sempre vai rolar uns climinhas entre Mari e Gui?
Já quero?
Mas será que vai ser tão fácil assim?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sob os olhos do lobo(Completo)
Final bem apressado, adolescente e cheio de furos e pontas soltas. Provavelmente tem continuação, mas não lerei......
Esses comentários bobos no final dos capítulos só servem para tirar a concentração da história e deixar tudo mais infantilizado... Para quê? 🙄...
"Lhe dar" com isso? Depois de ver vários erros de português, esse somou pra doer... Que texto é esse? 😖...
É muita utopia, muito óculos cor-de-rosa nessa estória... Uma mudança dessa não existe na vida real... Pau que nasce torto morre torto. Acreditar que homens tortos podem mudar é um erro crasso que só faz levar mulheres às pencas a acreditarem no mito de que a mulher certa ou o amor pode mudar alguém estragado, investindo em relacionamentos sem futuro... Isso é um desserviço......
Com Pedro e Augusto como opções, só mesmo uma idiota escolheria alguém como Guilherme, ainda que aparentemente "mude" (o que só acontece em livros e filmes mesmo)... Só um tolo gostaria de recolher o que sobrou depois de ser usado pela cidade inteira, como o esgoto descartado de dezenas de casas... As cicatrizes emocionais e psicológicas (sem contar as físicas) permanecem para sempre, como as sequelas de uma doença grave......
Aff... Não bastasse os humanos que não valem nada, agora também homens-lobo que não servem nem pra enfeite como protagonistas? 🤢 Tão cada vez mais utópicos esses romances. Esse tipo de homem pra mim não serve nem espantalho de horta... Ratos-marsupiais australianos nunca serão araras vermelhas......