Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo. romance Capítulo 16

Alexander colocou as malas no carro e preferiu esperar em frente ao automóvel estacionado em frente ao portão. Descruzou os braços ao ver o filho se aproximar. A criança usava uma das blusas do seu herói favorito e uma bermuda combinando. Alex entregou a mochila ao pai e correu direto para o carro.

Antes de sair de casa, Nicole pegou a bolsa e trancou a porta. A barriga avolumava o tecido do vestido floral amarelo com trespasse.

— Você está linda! — Abriu a porta do carro sem desviar o olhar.

— Obrigada! ― Nicole fechou a expressão, formando um pequeno v na testa.

Alexander encaminhou-se até o outro lado do veículo e entrou. Selecionou a música "Back to one" de Bryan Mcknight, no ipod e apertou o play. Pareceu satisfeito ao vê-la esboçar um meio sorriso enquanto a música tocava.

Alex usava um fone de ouvido acolchoado, estava no banco de trás distraído em seu jogo favorito no tablet. Por vezes, ele encarava o pai pelo retrovisor e sorria.

Nicole permaneceu em silêncio durante toda a viagem, ela entendia a necessidade que Alexander sentia de estar perto da família, no entanto, lembrar daquela noite fatídica do jantar a fez repensar sobre essa aproximação. Não que ela não o quisesse por perto, mas pelo receio de que tudo mudasse e ele a magoasse mais uma vez.

— Nicky, eu vim da Zona Norte do Rio até a Zona Sul fazendo um monólogo. — Tirou a mão direita do volante e mexeu nos óculos. — Parece que você quer complicar as coisas.

— E se algo der errado como da última vez?

Nicole virou a cabeça e olhou o filho distraído no tablet.

— Alguém pode se machucar.

— Confie em mim! — O olhar apertado perscrutou Nicole.

Ele fez o retorno e parou diante de um enorme portão automático branco que se abriu.

— Eu prometo que vou fazer de tudo para que isso dê certo.

— Vou tentar! — Ela ciciou como se contasse um segredo.

Nicole enrubesceu ao notar que ele se deliciava com a visão das coxas torneadas sob o vestido trespassado. Ela puxou a barra até a altura do joelho e virou a cabeça para o lado.

O carro se aproximava do imóvel pintado com cores claras e com uma garagem ao nível do térreo, que dava o suporte para o andar superior. A fachada seguia a tendência da arquitetura provençal e o telhado estendido era uma das características dessa linha.

— Chegamos, filho! — Alexander tirou o cinto de segurança e saiu do carro. — Quer brincar um pouco?

— Quero! — Alex tirou os fones de ouvido.

A criança se animou ao ver a casa na árvore, os olhinhos cintilavam enquanto o pai estacionava o carro.

— Alex, precisamos arrumar as nossas coisas ― falou Nicole ao abrir a porta do automóvel.

— Depois eu arrumo, mãe. — Fez um muxoxo ao descer do carro.

— Alex, sua mãe está certa! ― A voz grossa interveio. — Daqui a pouco vamos conhecer a nova Alex's cave.

— Oba! — Levantou os braços ao pular. — Mãe, posso ir ao jardim?

— Vai lá! — Concordou com a cabeça.

Alexander retirou uma das malas e um dos empregados acompanhado pela governanta o ajudou com as outras bagagens. Ele deu algumas ordens acerca das instalações a Rosa.

Um enorme jardim dava charme e beleza ao quintal com gramas bem aparadas. Alex correu em direção às flores, pegou a margarida e voltou.

— Peguei uma flor bem-me-quer para você!

Beijando-a no topo da cabeça, ele suspirou e a apertou nos braços. Para sorte de Alexander, naquela manhã ele colocou uma cueca mais apertada que disfarçou o volume considerável embaixo da calça de linho preta.

Antes que ela se afastasse, ele colocou os óculos. Puxou a parte debaixo da camisa de manga longa que acompanhava a movimentação dos músculos e cobriu o volume que se formou abaixo do quadril.

— Eu vou tomar um banho frio. — O olhar enervante parecia enxergar a alma dela. — Você quer me acompanhar?

— Agora não! Esqueci a minha bolsa no seu carro — balbuciou. ― Vou lá pegar.

— Tem certeza? — O olhar ardente a instigava. — Podemos só tomar uma chuveirada. — Piscou.

— Tenho! — Deu as costas para ele e foi até a garagem a passos largos.

Tentando conter o riso, ele atravessou os dedos nos cabelos e jogou os fios que caíram ao lado da testa para trás. Ele esperou que ela tomasse uma certa distância, mexeu no bolso da calça e a seguiu.

Nicole tentou abrir a porta do carro. Forçou mais de uma vez, segurou com as duas mãos, puxou duas vezes, mas a porta não abriu. Cruzou os braços e encostou no carro ao ver aquele físico intimidador se aproximando.

— Que droga, ele não desiste! ― Pensou alto quando viu ele se aproximar.

— Nicky!

Ele esticou a mão e exibiu um molho de chaves.

— Você esqueceu, depois você me entrega. — Exibiu um sorriso maroto.

Alexander seguiu até o portão da garagem. Os olhos amendoados o devoravam, o contorno abaixo do quadril deixava a calça perfeita. Ela não conteve o riso quando ele olhou para trás e rebolou enquanto caminhava.

Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo.