Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo. romance Capítulo 15

No dia seguinte, Nicole mexeu-se preguiçosamente, esticou os braços e abriu os olhos ao sentir o vazio ao seu lado. Puxou o lençol até a altura dos seios e verificou a hora pouco antes de Alexander abrir a porta e entrar no quarto com uma bandeja de plástico retangular vermelha.

― Bom dia, meu anjo! ― Fechou a porta.

― Bom dia! ― Ajeitou as costas contra o travesseiro. ― O Alex já acordou?

― Não! Hoje é feriado, deixa ele dormir mais um pouco.

Alexander usava apenas a calça e exibia orgulhoso a boa forma. Ele sentou-se na cama e colocou a mesa sobre o colo.

― Não tinha muita coisa, você tem de fazer compras.

― Mais tarde eu vou entregar algumas encomendas de crochê para uma loja e receber o pagamento.

― Você não precisa fazer isso ― retrucou a voz fria. ― Eu vou pedir a Annie que transfira o dinheiro para a sua conta.

― Não quero, Alexander!

― Nicky, você está grávida e temos um filho pequeno ― disse entre dentes.

― Não estou doente!

A expressão sisuda não amedrontou Nicole, já estava acostumada com os acessos de raiva de Alexander. Ela mordeu um pedaço do biscoito amanteigado e bebeu um gole do suco de abacaxi.

Alexander ligou para a secretária e pediu que enviasse dez mil reais a Nicole Moraes e, em seguida, desligou o telefone.

― Para que isso, Alexander! ― Ela o encarou.

― Tenho que manter o bem-estar da minha família.

― Não precisa!

― Meu amor, não vamos brigar. ― A feição dele suavizou.

Nicole mordeu um pedaço do sanduíche com queijo e evitou os olhos dele. Não estava acostumada a depender de homem, mesmo que fosse o seu esposo.

― Nicky, eu preciso te contar uma coisa. ― Acariciou o rosto dela antes de continuar. ― O doutor Garcia me contou quem é a pessoa que está com o nosso filho.

― Por que você não disse isso ontem? ― Ergueu os olhos.

― Não deu tempo! ― Apontou para o corpo nu que Nicole escondia atrás do lençol. ― Preciso dizer alguma coisa?

― Alexander, não vou para aquela maldita mansão!

― A Rosa trabalha na nossa casa. ― Afagou-lhe os cabelos. ― Vem comigo, meu anjo!

― E se eu não for, você ainda vai tirar a guarda dos meus filhos?

― Não, não! ― Apanhou o rosto dela por entre as mãos. ― Me perdoe, falei na hora da raiva. Eu só quero cuidar de você e dos nossos filhos.

Nicole se afastou dele e limpou o rosto com a palma da mão. Era difícil manter o relacionamento com uma pessoa que a machucou com palavras.

― O que você acha de passar alguns dias lá em casa? ― indagou na esperança de convencê-la. ― Por favor, meu amor! ― Ele sentou ao lado de Nicole na cama. ― Você conhece a casa e depois falamos com a Rosa sobre a sua tia.

Nicole saiu de perto dele, colocou um roupão. Estava com a testa enrugada quando enrolou a toalha branca no corpo.

― Eu vou tomar um banho e pensar no seu caso. ― Ela saiu do quarto.

Embora soubesse que Nicole não rejeitaria a proposta, Alexander tinha consciência de que precisava conter a impulsividade e o sentimento de possessão como o psicólogo o sugeriu. Fazia alguns dias que ele procurou ajuda de um especialista para lidar com as atitudes negativas que destruíram o relacionamento.

Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva

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