Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 699

Para pessoas como ele, a morte e a dor não são temidas, apenas o medo de perder a consciência o perturba.

A luz intensa brilhava no rosto de Ademir, evidenciando o suor espesso que cobria sua testa.

Quando a injeção gelada perfurou sua pele, foi como se uma formiga o tivesse picado, embora as veias em suas mãos se destacassem enquanto ele cerrava os punhos, lutando para se libertar.

Teófilo o observava com frieza:

- Você vai falar agora ou vai falar sem dignidade em breve? Para quem você tem trabalhado todos esses anos? Quem te mandou machucar meu filho e a Paty? Pela nossa profissão, eu poderia permitir que você morresse com dignidade.

Ademir engoliu em seco:

- Pode esquecer, mesmo que você me mate, eu não vou falar. Essa tática pode enganar outros, mas não a mim.

Ele tinha uma forte consciência contra vigilância e sua resistência psicológica era muito superior à das pessoas normais.

- Muito bem, eu tenho todo o tempo do mundo para esperar o efeito da droga. - Teófilo voltou a seu assento e casualmente continuou a examinar os arquivos de Ademir. - Você é do País da Serenidade Azul, órfão de pais desde pequeno, e os arquivos dizem que você ainda tem um irmão.

Os olhos de Ademir se dilataram; ele tinha escondido sua identidade por tantos anos, mas ainda assim alguém conseguiu descobrir.

- Ele não sabe de nada, não o envolva nisso. - A expressão de Ademir finalmente mostrou alguma emoção.

Teófilo folheava calmamente os arquivos:

- É mesmo? Inocente? E meu filho, que nem tem dois anos, não é inocente? Você pensou que ele era apenas uma criança que não sabia de nada quando o empurrou? - Gabriel entrou e sussurrou algo no ouvido de Teófilo, entregando a ela um celular. - Infelizmente para você, seu celular foi hackeado.

Não havia contatos suspeitos no celular de Ademir, nem mesmo uma foto de seu irmão; a única mensagem no aplicativo de mensagens era do administrador do condomínio cobrando uma taxa.

Ademir não tinha vida social nem amigos, era extremamente disciplinado.

Teófilo disse:

- Você deveria saber que até os registros de chat deletados podem ser recuperados.

Ademir deu um sorriso frio:

- Você se enganou, são cinquenta e dois andares. No mês passado, alguém se jogou de lá, dizem que a cabeça dele se espatifou, o cérebro se espalhou por todo o chão e o corpo ficou todo deformado.

Ademir sabia que essa era uma ameaça comum, mas como envolvia seu irmão, ele simplesmente não conseguia se manter calmo, parecendo que o efeito da droga também começava a surgir, com grandes gotas de suor escorrendo sobre o seu nariz.

O celular de Gabriel estava no viva-voz e do outro lado veio um barulho muito alto, uma voz masculina disse:

"Senhor, minha irmã está desesperada para se jogar do prédio, você é muito parecido com o ex-namorado dela, você poderia me ajudar a convencê-la a não fazer isso? Ela é minha única irmã, eu realmente não posso perdê-la."

"Me diga, como posso ajudá-lo?"

"Ela deixou uma carta de suicídio, agora ela deve estar subindo para o topo deste prédio, venha comigo para ver."

"Está bem, não se preocupe, eu vou com você agora."

A voz do jovem era clara e ansiosa.

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