Ao se aconchegar novamente nos braços do homem, o cheiro familiar que era só dele envolveu Dora, deixando-a paralisada.
Ela ficou completamente rígida, com uma expressão vazia, sem saber onde colocar as mãos.
Ele... ainda não havia acordado?
Deveria ser isso, caso contrário, não haveria explicação para o seu súbito abraço.
Se ele estivesse acordado, a repulsa que sentia por ela não lhe permitiria abraçá-la.
Era como se ela estivesse sonhando, um pouco atordoada.
No entanto, mesmo sabendo que o abraço era tão efêmero quanto uma flor de um dia, Dora não conseguia se forçar a falar.
Ela queria prolongar aquele momento por mais um segundo, porque, para ela, era um ganho.
Uma das mãos de Anderson estava em suas costas e a outra em sua cintura, segurando-a firmemente contra ele.
O queixo dela estava apoiado em seu ombro, e ele virou a cabeça ligeiramente para que seus lábios roçassem a orelha dela.
Ele estava muito consciente, poderia até dizer que, no momento em que a abraçou, estava completamente lúcido.
Sentindo a rigidez da pessoa em seus braços, o coração de Anderson também batia mais rápido do que ele podia controlar.
Seu nariz estava tão perto da orelha dela que ele temia que ela percebesse algo estranho.
Anderson se esforçou para manter a respiração estável, tentando respirar normalmente para não deixar que ela percebesse sua ansiedade.
Naquele momento, o relacionamento deles era mais frágil do que a areia, como um dente-de-leão que não precisava nem do vento para se desfazer; tudo o que precisava era de um sopro.
No entanto, mesmo assim, Anderson desejava desesperadamente se apegar àquela fração de calor; talvez o tempo fosse curto, mas para ele, era um luxo.
Em quatro anos, essa era a primeira vez que se abraçavam tão pacificamente.
Ambos relutavam em quebrar aquele raro momento de tranquilidade.
Ela se mantinha em silêncio e ele também.
Era um breve período de paz.
Depois de um tempo, um toque de celular os interrompeu.
Seu sono era muito leve, e as flutuações emocionais faziam com que os remédios para dormir perdessem o efeito.
Ontem, seu estado mental estava tão ruim que, surpreendentemente, ele conseguiu adormecer sem a ajuda de medicamentos e teve um sono profundo.
Ele pegou o celular para verificar a hora.
Já eram mais de oito da manhã, quase nove.
Que horas ela havia dormido ontem?
Não conseguia se lembrar, mas deveria ter sido cedo.
Ou seja, ela havia dormido pelo menos dez horas.
Há muito tempo não tinha um sono tão tranquilo.
Observando o sol lá fora, ela percebeu que tinha mais um dia pela frente.
Dora fechou os olhos, suspirou profundamente, ajustou a respiração e, em seguida, abriu os olhos lentamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...