Ele fechou a porta com delicadeza.
"..." - O quarto voltou ao silêncio, e Dora, que até então dormia, de repente abriu os olhos.
Ela simplesmente ficou olhando para o teto, sem dizer nada.
Sabia que Anderson tinha saído.
Se levantou de maneira rígida, sem sequer calçar os sapatos, e foi ao banheiro.
Lá estavam os itens de uso diário dela e de Anderson.
Dora parou diante da pia, olhando fixamente para seu reflexo no espelho.
Ela não estava maquiada, vestia a mesma roupa preta, e seu cabelo estava um pouco bagunçado.
Seu rosto estava sem expressão, e até seus olhos pareciam vazios e desatentos.
Naquele momento, ela se assemelhava a um fantoche de um teatro de marionetes, desprovido de alma.
Ela se olhou por três segundos e depois, com um movimento, abriu o espelho.
Atrás do espelho da pia, geralmente há um espaço para guardar pertences pessoais.
Dora tirou uma caixa muito pequena, marcada com palavras como "lâmina de barbear para sobrancelhas".
Ela abriu a caixa externa e despejou o conteúdo: eram lâminas de barbear extremamente afiadas.
Ela pegou uma das lâminas, retirou o papel protetor e a jogou na lata de lixo ao seu lado.
Ela estendeu a mão esquerda, observando o pulso fino onde as veias eram visíveis.
[Ouvi dizer que a mulher morta era sua amiga, ela se foi agora e você ainda tem coragem de viver neste mundo. Por que você não morreu com ela?]
[Por que você simplesmente não morre também?]
[Duas caras-de-pau, certamente vocês que seduziram meu marido. Já vi demais mulheres vaidosas como vocês!]
[A que morreu era uma sem vergonha, e você não é melhor!]
[Morra! Você é uma desonra que não merece viver neste mundo!]
[Abandonou sua amiga e fugiu, como tem coragem de viver?]
Descarada!]
[Morra…]
As palavras cruéis que elas disseram voltavam a ecoar nos ouvidos de Dora.
...
Na varanda...
"O voo do Dr. Neves é amanhã, suas acomodações já estão preparadas."
"Ok, eu mesmo vou buscá-lo no aeroporto."
Anderson respondeu com calma.
De repente.
"Ah..."
Por alguma razão, uma dor aguda atingiu seu peito, fazendo Anderson franzir a testa.
Ele colocou a mão sobre o coração, mas a sensação durou apenas um segundo.
"Sr. Rocha, Sr. Rocha?"
Do outro lado da linha, ouvindo a voz de Anderson, perguntou ansiosamente: "Sr. Rocha, o senhor está se sentindo mal? Sr. Rocha..."
Por alguma razão, Anderson sentia um peso no peito, uma sensação difícil de descrever.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sepultando Nosso Amor com Minha Morte
Acho que não e o fim Do jeito que e tenho para mim que Dora está viva ainda...
Acabou no 318 um fim sem sentido...
Estou a adorar , não páre pf...
Não tem continuação?...