Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 97

Luciana mordeu os lábios, tremendo enquanto retirava o casaco de Jaques e, em seguida, se ergueu.

Eunice lançou-lhe um olhar e riu com desprezo: "Com esse corpo? Ninguém vai querer ver. Vaza."

Luciana saiu do pronto-socorro, cobrindo o peito com os braços, seu rosto pálido denunciando a vergonha.

Os olhares ao redor se voltaram para ela.

No entanto, Luciana não correu, mas, ao contrário, parecia encolher-se, choramingando como se fosse desabar a qualquer momento.

Uma enfermeira gentil a segurou: "O que aconteceu com você?"

"Eu... eu caí na água. Como vou embora assim?"

Luciana se encolheu.

A enfermeira rapidamente a envolveu: "Vou pegar um casaco para você, não chore."

"Obrigada, obrigada, obrigada..." - Luciana soluçou, chorando copiosamente.

Vendo a mulher em tal estado de miséria, a enfermeira não pôde evitar sentir pena.

Luciana sempre soubera que sua desgraça era sua maior vantagem, e sabia como usá-la.

Minutos depois, ela deixou o pronto-socorro, já usando o casaco de outra pessoa, mais calma, mas com o olhar ainda distante.

Ela se virou, lançou um último olhar para a porta e tocou no rosto dolorido.

Adriana, Eunice... o que é que vocês têm de tão especial?

Me aguardem. Eu certamente vou superá-las!

...

Jaques subiu as escadas e entrou no quarto de Adriana.

O que encontrou foi uma cama de hospital arrumada como se fosse nova, com o cheiro de desinfetante ainda impregnando o ar.

A faxineira, que acabara de limpar o banheiro, saiu. Ao ver o homem de aparência rica à sua frente, ela se mostrou mais cautelosa.

"Você é...?"

"Onde está a paciente deste quarto?"

"Recebeu alta." - A faxineira respondeu, e ao lembrar de algo, rapidamente largou o saco de lixo: "Ah, sim, ela deixou um relatório médico na mesa de cabeceira. Disse que, se alguém perguntasse, era para entregar."

Jaques se aproximou, pegou o relatório e franziu a testa ao examiná-lo.

A faxineira, limpando a maçaneta da porta, acrescentou:

"Essa moça estava bem dos olhos. Não sei como se machucou, mas o tornozelo estava inchado e o braço cheio de cortes causados pelos galhos. O médico queria que ela ficasse para observação, mas ela insistiu em ir embora."

"Não."

"Então como você sabe?"

"Eu acho que já vi antes." - A mente de Jaques piscou com uma lembrança vaga, algo que ele não conseguia bem entender.

O amigo sorriu e deu-lhe um tapinha no peito: "Alguns são descaradamente libertinos, mas você... é discretamente assim, quantas mulheres já...?"

Jaques levantou os olhos friamente, intimidando o amigo a se calar.

"Mantenha a boca fechada, Dr. Nono Ferreira."

"Ah! Não me chame assim! Meu nome é Antônio Ferreira! Não é Nono!"

Sua mãe queria uma filha e já tinha até escolhido o nome: Nono.

Quando ele nasceu, um menino, nem se deram ao trabalho de escolher outro nome. Simplesmente o chamaram de Antônio, com o apelido de Nono.

Era algo que o incomodava.

E para piorar, havia uma menina na universidade que tinha o mesmo nome! Ela também era chamada de Nono!

"Jaques, espera aí! Onde você vai?"

Jaques apagou o cigarro no cinzeiro, com um olhar significativo: "O gato fugiu. Vou pegar o gato."

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