Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 88

Adriana estava com os cabelos longos e desordenados, caindo sobre a testa e as costas, com gotas de água escorrendo pelo rosto pálido, que transmitia uma sensação de fragilidade. Seus lábios, ainda úmidos, lembravam cerejas recém-lavadas.

As gotas de água deslizavam pela pele, umedecendo seu uniforme hospitalar.

O conjunto de listras azuis e brancas colava-se ao corpo dela, delineando sua silhueta.

Em pontos que ela não conseguia ver, seu colarinho elegante se destacava, assim como as curvas do corpo que a lingerie de tom pele claro realçava.

Adriana não tinha ideia do que estava acontecendo, apenas percebia que a respiração do homem à sua frente se tornava mais pesada.

Ela recuava, e ele avançava.

Até que não havia mais para onde recuar.

Ele estava naquele lugar, à sua frente, com um olhar dominador e inescrupuloso, como um predador observando sua presa.

Ele levantou a mão, fazendo Adriana prender a respiração e segurar firmemente o anel em seus dedos.

De repente, uma toalha seca foi colocada sobre sua cabeça.

"Estou indo." - Sua voz soou rouca e desafinada.

"Tio, seu anel."

Adriana estendeu o anel.

Jaques segurou sua mão e, com um movimento firme, colocou o anel no seu polegar.

Adriana não compreendeu o gesto, apenas sentiu uma leve brisa passar, seguida pelo som da porta se fechando.

Ela não pensou muito sobre isso, entrou no chuveiro e, ao se despir, percebeu o quão vulnerável estava.

Seu coração se encheu de vergonha.

...

Após o banho, Adriana saiu do banheiro ainda secando os cabelos.

Com os cabelos ainda úmidos, só pôde sentar-se à beira da cama.

De repente, uma presença se fez sentir à sua frente, e ela hesitou.

"Tio?"

"Não me chame de Tio." - Jaques estava visivelmente impaciente.

Antes que Adriana pudesse dizer algo, o som de um secador de cabelo preencheu o quarto.

Minutos depois, o secador foi desligado e grandes mãos passaram por seus cabelos, segurando sua cabeça.

"Sim! Para mim, você e meu Lucas são a mesma coisa."

Adriana não suportou mais a pressão e, instintivamente, levantou a mão em sinal de resistência.

Sem saber se a ausência de visão lhe dava coragem, ela puxou os braços de Jaques para baixo com facilidade.

"Mesma coisa? Repita."

Adriana engoliu em seco, sem conseguir dizer uma palavra. Virou a cabeça teimosamente, como se isso a ajudasse a escapar da pressão.

Jaques ordenou: "Deite-se."

Adriana soltou um resmungo gelado e virou-se, de costas, para se deitar.

"Tio, se é por causa da Eunice que está fazendo isso comigo, não precisa. Eu não aguento mais, vocês dois já fizeram o suficiente. Não vai fazer diferença agora."

Jaques ficou ao lado da cama, olhando para ela com indiferença: "Você tem provas do que fizemos?"

Por fim, ele acrescentou, sem emoção: "Não quero ouvir isso novamente."

Adriana sentiu um arrepio.

Então ele já sabia que ela não conseguiria provar nada contra ele, permitindo-se assim manipular Eunice contra ela sem remorsos.

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