Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 227

Jaques tirou o celular do bolso. A tela brilhava com o nome "Eunice".

Ele se levantou sem pressa, atendendo ao telefone enquanto caminhava até a varanda. De costas para Adriana, escondeu qualquer traço de expressão.

Aquele homem que, momentos atrás, não conseguia se conter, de repente se mostrou frio e distante.

Mas sua voz ao falar com Eunice era suave: "Sim, estou indo."

Após encerrar a ligação, Jaques vestiu-se rapidamente e saiu sem oferecer explicações ou sequer olhar para Adriana.

Ela já esperava por isso. Sem demonstrar qualquer reação, sentou-se em silêncio, ainda segurando a embalagem do curativo.

Ela sempre soube... O coração de Jaques pertencia apenas a Eunice.

Adriana ficou sentada, entorpecida, até que a campainha soou novamente.

Ao abrir a porta, encontrou o entregador com seu pedido.

"Desculpe a demora, senhorita."

"Não tem problema." - respondeu ela com um sorriso automático.

O entregador, no entanto, ficou assustado: "Senhorita, se está triste, não precisa forçar um sorriso... Ah, e sua perna está sangrando!"

Só então Adriana baixou o olhar, notando o sangue escorrendo lentamente pelo corte em sua canela.

Até um estranho havia notado… e Jaques não?

Ele simplesmente escolheu ignorar.

Adriana fechou o sorriso vazio, agradeceu e fechou a porta.

Voltou para o sofá, limpou o sangue com um lenço de papel, ligou a TV e escolheu uma comédia, sugando macarrão enquanto assistia.

Tentava sorrir alto a cada cena engraçada, mas acabava engasgando e chorando com as piadas.

Como acontece na maioria das comédias, começava de maneira absurda, mas sempre buscava incluir um toque emocional no final.

Na tela, o casal protagonista fazia o mesmo.

Um momento estavam fazendo graça, no próximo, se despediam na praia.

Ela já tinha se recuperado do aborto?

Eunice estava impecável, exibindo uma maquiagem meticulosamente aplicada e lábios pintados com um brilho vibrante. Contudo, o que mais chamava a atenção era o extravagante colar estilo "doces coloridos" que adornava seu pescoço.

A blusa de decote generoso parecia escolhida a dedo para exibir o presente de forma evidente - uma prova pública do "amor" de Jaques.

Quando notou o olhar de Adriana, Eunice ergueu o pescoço esguio.

"O Sr. Jaques é tão tosco. Eu só comentei que remédio é amargo e que queria algo doce... E ele me apareceu com esse 'doce'! Não tem jeito mesmo..."

"Um doce de milhões… Deve ser realmente muito doce! Só podemos invejar." - uma colega disse, rindo.

"Na verdade, acho que mais importante que presentes é a companhia, não acham? Ontem, o Sr. Jaques deixou tudo de lado para passar o dia inteiro comigo... Não é mesmo, Adriana?"

Eunice não se contentava em se gabar sozinha, tinha que envolver Adriana.

Com um movimento deliberado, Adriana largou a bolsa na mesa, olhou Eunice de cima a baixo e abriu um sorriso exagerado, carregado de cinismo: "Não me surpreende que você tenha se recuperado tão rápido. Parece que o Sr. Jaques tem mesmo esse "efeito milagroso". Mas... que doença você tinha mesmo?"

Ao mencionar a doença, o rosto de Eunice empalideceu instantaneamente, como se o sangue tivesse sido drenado de seus lábios brilhantes. Nem mesmo o batom reluzente conseguia esconder seu súbito desconforto.

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