Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 211

Tomás adiantou-se e entregou a bandeja para Adriana: "Que tal você levar algo para o Jaques tomar? Ele está ocupado desde cedo e ainda não se alimentou."

Adriana encarou o caldo fumegante diante de si e, percebendo que não tinha alternativa, decidiu arriscar.

"Certo."

Ela segurou a bandeja e subiu as escadas.

Ao chegar à porta do quarto, suas mãos já estavam cobertas de suor.

Enquanto hesitava, uma voz rouca ecoou do lado de dentro:

"Pode entrar... Adriana."

Ao ouvir isso, a bandeja quase escorregou das mãos dela.

Ela sempre se sentira insignificante diante de Jaques. Será que realmente teria coragem de encará-lo?

Mas ela não estava disposta a desistir sem tentar.

Respirando fundo, Adriana abriu a porta do quarto.

A decoração era simples, predominando tons de cinza sóbrios.

Uma cortina de voal na janela filtrava a luz mais intensa, permitindo que apenas uma iluminação suave envolvesse Jaques.

Apesar do soro pendurado no braço, ele exalava uma aura de cansaço sereno. Até seu rosto, normalmente frio e austero, parecia mais suave sob aquela luz suave.

Era quase impossível desviar o olhar.

Jaques levantou os olhos para Adriana, que percebeu que o encarava há mais tempo do que deveria. Corando ligeiramente, desviou o olhar e se aproximou da cama.

"Eu trouxe comida para o tio Tomás, e também trouxe suas roupas. Por acaso, Evaldo trouxe o almoço, então pediu que eu ajudasse."

"Eu perguntei? Por que está tão ansiosa para se explicar?" - Jaques falou baixo.

Adriana mordeu os lábios e colocou a bandeja com força sobre a mesa.

Jaques lançou um olhar breve para a bandeja e notou a sacola de medicamentos entregue pela farmácia local.

"Você não foi visitar o Lucas... veio trazer remédios para mim?"

"Não."

Adriana estendeu a mão para pegar a sacola, mas Jaques foi mais rápido e a pegou primeiro.

"Estou com fome." - Jaques disse, olhando para o caldo.

Adriana ofereceu a ele: "Aqui."

"Quem disse que estou com medo?"

Desafiadora, Adriana pegou o pote, mexeu levemente o caldo e tirou uma colherada. Soprou para esfriar e ofereceu aos lábios de Jaques.

Jaques não se moveu. Sob a luz quente, seus olhos pareciam ter uma camada de brilho suave, nobre e quase irreal.

"Não está mais quente." - Adriana balançou a colher diante dele.

Só então Jaques abriu a boca para aceitar a comida.

Os dois permaneceram em silêncio, mas o olhar de Jaques fazia Adriana sentir que algo estava diferente. Não era o olhar frio de sempre, mas algo mais complexo, que ela não conseguia decifrar.

Surpreendentemente, Jaques tomou tudo, apesar de ser comum pessoas doentes perderem o apetite.

Adriana colocou o pote de lado, aproveitando o momento para sondar o ambiente, procurando discretamente por algum lugar onde documentos importantes pudessem estar guardados.

De repente, Jaques começou a tossir violentamente. Instintivamente, Adriana se virou e começou a bater em suas costas para ajudá-lo.

Sem perceber, deixou escapar: "Você tomou suco de abacaxi com hortelã? Sempre melhora mais rápido quando bebe isso depois de tossir."

No instante seguinte, Jaques agarrou o pulso de Adriana e a puxou para mais perto, forçando-a a encará-lo diretamente:

"Como você sabe disso? Eu nunca contei isso a ninguém."

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