Tomás adiantou-se e entregou a bandeja para Adriana: "Que tal você levar algo para o Jaques tomar? Ele está ocupado desde cedo e ainda não se alimentou."
Adriana encarou o caldo fumegante diante de si e, percebendo que não tinha alternativa, decidiu arriscar.
"Certo."
Ela segurou a bandeja e subiu as escadas.
Ao chegar à porta do quarto, suas mãos já estavam cobertas de suor.
Enquanto hesitava, uma voz rouca ecoou do lado de dentro:
"Pode entrar... Adriana."
Ao ouvir isso, a bandeja quase escorregou das mãos dela.
Ela sempre se sentira insignificante diante de Jaques. Será que realmente teria coragem de encará-lo?
Mas ela não estava disposta a desistir sem tentar.
Respirando fundo, Adriana abriu a porta do quarto.
A decoração era simples, predominando tons de cinza sóbrios.
Uma cortina de voal na janela filtrava a luz mais intensa, permitindo que apenas uma iluminação suave envolvesse Jaques.
Apesar do soro pendurado no braço, ele exalava uma aura de cansaço sereno. Até seu rosto, normalmente frio e austero, parecia mais suave sob aquela luz suave.
Era quase impossível desviar o olhar.
Jaques levantou os olhos para Adriana, que percebeu que o encarava há mais tempo do que deveria. Corando ligeiramente, desviou o olhar e se aproximou da cama.
"Eu trouxe comida para o tio Tomás, e também trouxe suas roupas. Por acaso, Evaldo trouxe o almoço, então pediu que eu ajudasse."
"Eu perguntei? Por que está tão ansiosa para se explicar?" - Jaques falou baixo.
Adriana mordeu os lábios e colocou a bandeja com força sobre a mesa.
Jaques lançou um olhar breve para a bandeja e notou a sacola de medicamentos entregue pela farmácia local.
"Você não foi visitar o Lucas... veio trazer remédios para mim?"
"Não."
Adriana estendeu a mão para pegar a sacola, mas Jaques foi mais rápido e a pegou primeiro.
"Estou com fome." - Jaques disse, olhando para o caldo.
Adriana ofereceu a ele: "Aqui."
"Quem disse que estou com medo?"
Desafiadora, Adriana pegou o pote, mexeu levemente o caldo e tirou uma colherada. Soprou para esfriar e ofereceu aos lábios de Jaques.
Jaques não se moveu. Sob a luz quente, seus olhos pareciam ter uma camada de brilho suave, nobre e quase irreal.
"Não está mais quente." - Adriana balançou a colher diante dele.
Só então Jaques abriu a boca para aceitar a comida.
Os dois permaneceram em silêncio, mas o olhar de Jaques fazia Adriana sentir que algo estava diferente. Não era o olhar frio de sempre, mas algo mais complexo, que ela não conseguia decifrar.
Surpreendentemente, Jaques tomou tudo, apesar de ser comum pessoas doentes perderem o apetite.
Adriana colocou o pote de lado, aproveitando o momento para sondar o ambiente, procurando discretamente por algum lugar onde documentos importantes pudessem estar guardados.
De repente, Jaques começou a tossir violentamente. Instintivamente, Adriana se virou e começou a bater em suas costas para ajudá-lo.
Sem perceber, deixou escapar: "Você tomou suco de abacaxi com hortelã? Sempre melhora mais rápido quando bebe isso depois de tossir."
No instante seguinte, Jaques agarrou o pulso de Adriana e a puxou para mais perto, forçando-a a encará-lo diretamente:
"Como você sabe disso? Eu nunca contei isso a ninguém."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segunda Chance, Não Pense em Fugir!
Maisssssssssssssssssssssss ótimo...
Só tomara que Heitor não seja o pai 🙏🙏🙏🙏🙏🙏...
Filha de Gabriela será...
Adriana não é filha da vitória já sabemos...
Mistério puro...
Atualização quando...
Por favo, cadê as atualizações??...
Houve um erro importante aqui, a comida não era canjica e sim pão de alho...
Quero a continuação, atualiza por favor🥺...
Onde encontro o restante desse livro?...