Quando Miranda Almeida cresceu um pouco mais, sua mãe a obrigou a trabalhar e tirava todas as economias dela. Naquela época, ela nunca imaginou que um dia receberia o mesmo tratamento.
Agora, para sobreviver, ela também teve que engolir seu orgulho e implorar por ajuda. Mas as pessoas ao seu redor eram em grande parte indiferentes, evitando-a por acharem que ela estava suja, e dificilmente alguém lhe oferecia uma refeição quente.
Na maioria das vezes, ela tinha que se contentar com restos de comida encontrados no lixo.
Foi então que Sra. Almeida finalmente percebeu quão difícil havia sido a infância de Miranda Almeida. Ela fora tão cruel com Miranda.
Talvez por empatia, Sra. Almeida começou a entender e sentir compaixão por Miranda Almeida, e suas reclamações diminuíram gradativamente. Ela começou a perceber as qualidades admiráveis de Miranda Almeida: resiliência e devoção.
Se não fosse pela resiliência, como ela teria crescido saudável em dias tão humilhantes?
Se não fosse pela devoção, como ela teria coragem de entregar todo o dinheiro que arduamente conseguia mendigando?
Com a chegada do inverno, caiu a primeira neve.
Aquele inverno parecia mais frio do que qualquer outro.
Roberta acordou naquela manhã e, ao ver a neve pela primeira vez, seu mau humor dos últimos dias desapareceu. Ela alegremente abraçou o pescoço de Roberto Gonçalves: "Rob, vem comigo ver a neve."
Roberto Gonçalves sorriu com os olhos, cheio de ternura: "Claro."
Ele a vestiu com roupas de inverno: casaco, cachecol, luvas, gorro... transformando-a em uma boneca rechonchuda.
Roberta segurou a mão dele e correu alegremente para fora.
A neve caía como penas, cobrindo a terra com um manto branco.
Roberta virou-se, surpresa, e viu que sobre a vasta terra branca havia marcas de rodas de carro que vinham de longe. Sra. Almeida estava sentada em uma cadeira de rodas, vestindo roupas finas, com o nariz e as bochechas vermelhos de frio.
Depois de alguns dias sem vê-la, Sra. Almeida parecia muito mais abatida. Antes, mesmo em tempos difíceis, ela ainda mostrava algum orgulho diante de Roberta, mas agora, na presença de Roberta, parecia uma criatura lamentável. Olhava para Roberta com humildade e fraqueza.
Diante da fragilidade de Sra. Almeida, Roberta não sabia que sentimento deveria ter em relação a ela. Afinal, a frieza e a indiferença de Sra. Almeida ainda a assombravam.
"O que você quer aqui?" Roberta perguntou friamente.
"Mirandinha, eu realmente não tenho para onde ir." Ela respondeu com um olhar suplicante.
Roberto Gonçalves de repente se colocou na frente de Roberta e falou friamente: "Quando você estava em dificuldades, veio implorar à minha Roberta por ajuda sem hesitar. Mas depois que Roberta te ajudou a sair do aperto, você não demonstrou gratidão e virou as costas para ela como se fosse um objeto descartável. O que foi, você acha que pode tratar a minha Roberta como um instrumento que pode ser chamado e dispensado à sua vontade?"
Sra. Almeida mostrou um semblante de vergonha: "Eu estava errada antes."
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia
Estória muito boa, porém atualização q é difícil...