Roberto Gonçalves não tinha paciência para ouvir suas desculpas: "Então, deixar minha madrasta me mandar para traficantes de pessoas também foi um teste para mim?"
A face de Rafael Gonçalves empalideceu num instante.
Ele jamais imaginou que Roberto Gonçalves ainda se lembraria de algo tão insignificante.
Pensou que, ao longo dos anos, como Roberto Gonçalves nunca mencionou o incidente, era porque ele não se lembrava dos eventos de sua infância.
Roberto Gonçalves olhou com desprezo para Rafael Gonçalves: "Não precisa fingir na minha frente. Vocês não são atores. Essa encenação de amor paterno na minha frente é repulsiva."
Dito isso, Roberto Gonçalves saiu sem olhar para trás.
Rafael Gonçalves sentiu-se completamente drenado, como se seu corpo tivesse envelhecido de repente.
Assim que Roberto Gonçalves entrou no carro, ele se sentiu aliviado, desabando cansado no assento de trás.
Luiz dirigia o carro, mas se virou para perguntar a opinião de Roberto Gonçalves: "Senhor, para onde vamos?"
Roberto Gonçalves não respondeu.
Intrigado, Luiz deu uma espiada em Roberto Gonçalves e viu que ele franzia a testa, seu rosto normalmente pálido agora estava anormalmente vermelho.
Ao tocar a testa de Roberto Gonçalves, Luiz sentiu que estava ardendo em febre.
Imediatamente, ele ordenou a Luiz: "Leve o senhor para casa, para que ele possa descansar bem."
Luiz percebendo que Roberto Gonçalves estava doente, questionou: "Por que não vamos ao hospital?"
Luiz, que acreditava firmemente na ciência, contestou a opinião de Luiz: "Como você sabe que o hospital não pode ajudar se nem tentamos?"
Luiz, frustrado, respondeu: "Luiz, já passamos por isso antes. Sabemos a causa da doença do senhor desta vez. Ele está mentalmente exausto e só precisa descansar; a doença vai passar sem medicamentos."
"E se a febre não passar?" Luiz insistiu.
E, finalmente, o mundo de Roberto Gonçalves encontrou paz.
Assim que chegaram em casa, Roberto Gonçalves começou a delirar no carro.
"Irmã, meu pai não me quer. Você também não me quer?"
Luiz, assustado, quase caiu do carro: "Luiz, algo está muito errado com o senhor. Devemos ir ao hospital agora?"
Luiz, pragmático, respondeu: "Quando eu disse para irmos, você não quis. Agora eu também não vou."
Luiz olhou para ele irritado: "Se algo acontecer ao senhor, você tem que prometer que não vai chorar."
Luiz carregou Roberto Gonçalves de volta para o quarto.
Os dois ficaram ao lado da cama de Roberto Gonçalves, como se estivessem prestando homenagem a um ancestral.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia
Estória muito boa, porém atualização q é difícil...