Eu despertei.
As memórias da minha vida passada, como uma maré, inundaram minha mente.
Eu podia afirmar que os finais trágicos de minha irmã, Miranda Almeida, não eram um pesadelo.
Eram histórias que realmente aconteceram em uma vida passada.
Minha irmã, sem vida, jazia em meus braços, com o rosto pálido como a neve, como se tivesse acontecido ontem.
Meu coração doía pela perda do amor da minha vida, dor essa que persistiu desde a vida passada até hoje.
Só de pensar na cena da morte da minha irmã, meu coração dói tanto que mal consigo respirar.
Lembro-me da história que se seguiu.
Eu enterrei minha irmã e Rosa no monte, e procurei um Padre para realizar rituais para elas. O Padre perguntou: "O que deseja que eu faça por ela?"
Perguntei ao padre quais eram os métodos disponíveis, e ele me disse: "Eu posso conduzi-la pela ponte do esquecimento para que ela possa reencarnar. Mas, com tamanha mágoa, sua próxima vida não será boa."
"Isso não pode ser," eu implorava ao padre, "não há como ela redimir os arrependimentos desta vida e alcançar paz?"
O padre balançou a cabeça.
"Ela nasceu sob uma estrela solitária; não importa quantas vezes reencarne, nunca encontrará paz. No entanto, podemos tentar mudar seu destino contra as leis do céu... mas para isso, precisaremos da sorte de alguém abençoado..."
"Eu sou uma pessoa abençoada?" perguntei.
O padre me olhou com surpresa: "Você é uma pessoa de grande fortuna."
"Então, eu dou toda a minha sorte a ela. Ajude-me a mudar seu destino. Quero que em sua próxima vida, ela tenha todos os seus arrependimentos apaziguados, que alguém a ame verdadeiramente, que tenha uma filha a seu lado, que seja saudável e viva longamente..."
O padre me olhava, atônito: "Você deseja tanto bem para ela, mas está ciente do impacto que isso terá em você?"
"Não se preocupe comigo."
"Você está disposto a perder toda a sua fortuna para apaziguar os arrependimentos dela?"
"Estou disposto."
"Você aceitará sofrer de inúmeras doenças e dores para prolongar a vida dela?"
"Estou disposto."
Ela sentia uma dor imensa por Roberto Gonçalves.
Ela só sabia que ele tinha sofrido, mas agora entendeu que todo o seu sofrimento foi por ela. Isso a fez se sentir ainda mais culpada.
"Rob, seu tolo."
"Por que você tinha que ser tão bom para mim?"
"Por quê?"
"Eu não mereço isso."
Mariana Guedes, ouvindo o choro triste de sua irmã e percebendo que ela demorou a sair, ficou preocupada.
Ela se aproximou da porta, bateu suavemente e disse a Roberta: "Irmã, o patrão me pediu para dizer a você: tudo o que ele deseja nesta vida é a sua segurança. Se algo acontecer com você, ele também não estará em paz. Por favor, mesmo que seja por ele, cuide bem de si mesma."
Roberta, de repente, abriu a porta, e a expressão ansiosa de Mariana Guedes congelou.
Roberta disse: "Diga a ele, se ele tem algo a dizer, que diga diretamente a mim."
Mariana Guedes, defendendo Roberto Gonçalves, disse: "Irmã, o patrão já falou tanto com você, mas quantas vezes você realmente ouviu e levou a sério o que ele disse?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia
Estória muito boa, porém atualização q é difícil...