Roberta agia com eficiência, e em pouco tempo já havia organizado a alta do Sr. Almeida do hospital. Logo, a equipe médica chegou ao quarto e começou a remover os equipamentos médicos do Sr. Almeida.
A Sra. Almeida tentou impedir a ação dos profissionais de saúde, chorando e lamentando: "Ele sente dores por todo o corpo, como ele vai viver sem a bomba de analgésicos?"
Os profissionais de saúde, que já tinham ouvido falar dos inúmeros problemas da família, não puderam evitar expressar uma reprimenda cheia de um senso de justiça: "Você fica doente e hospitalizado, mas não espera que sua própria filha biológica cuide de você. Em vez disso, espera que uma filha adotiva demonstre devoção. O problema é que você nunca realmente cuidou dessa filha adotiva. Vocês estão moralmente sequestrando a moça, isso não é um pouco sem coração?"
O Sr. Almeida sentiu uma vergonha profunda.
A Sra. Almeida chorou em silêncio.
Não muito depois da bomba de analgésicos ser removida, a dor do Sr. Almeida começou a intensificar-se. Rapidamente, seus gemidos baixos transformaram-se em gritos de agonia. "Ah, dói. Dói muito."
"Doutor, eu não quero ter alta, por favor, me dê a bomba de analgésicos de volta."
Roberta estava parada na porta, observando o Sr. Almeida com os braços cruzados.
Desesperada, a Sra. Almeida só pôde pedir ajuda a Roberta: "Roberta, por favor, seja magnânima e nos ajude."
Roberta respondeu: "Eu já não ajudei o bastante?"
"Eu dei um rim para a filha dele. Agora, você quer que eu perca dinheiro também?"
A Sra. Almeida, sabendo que estava errada, respondeu envergonhada: "Fique tranquila, eu não vou deixar você perder mais dinheiro. Eu vou encontrar uma maneira de pagar, só preciso que ele continue no hospital."
Roberta olhou para as pernas da Sra. Almeida, lembrando-a: "Ele tem você, a ex-mulher, para cuidar dele, parece que ele está bem confortável. Mas você já pensou que um dia você também pode acabar completamente paralisada na cama? O que você vai fazer então?"
"Eu ainda tenho você. Você é minha filha, eu também cuidei de você. Você tem a obrigação de me sustentar." A Sra. Almeida disse isso com convicção.
Roberta soltou um riso frio: "Como você tem coragem de dizer isso?"
A Sra. Almeida baixou a cabeça, sem responder.
Roberta então desfez qualquer ilusão que a Sra. Almeida pudesse ter: "Eu não vou ficar em Brasília por muito tempo."
A Sra. Almeida tremeu: "O que você quer dizer?"
A Sra. Almeida, empurrando uma cadeira de rodas, aproximou-se, e o Sr. Almeida apoiou-se em seu ombro.
Então, o casal de idosos começou a se mover para a frente de maneira desajeitada.
Roberta caminhava à frente, olhando para trás de tempos em tempos, com um sorriso nos lábios.
Talvez, na mente do Sr. Almeida, aqueles momentos parecessem durar um século.
Mas na realidade, ele tinha se afastado apenas um metro da cama.
Finalmente, ele não aguentou mais e caiu no chão, implorando a Roberta: "Roberta, essa tortura é pior do que a morte. Deixe-me morrer."
Roberta olhou para ele com desprezo, respondendo duramente: "Até na morte você tenta me manipular? Ha, espera que eu facilite sua morte para depois ter sua filha me processando por homicídio?"
Sr. Almeida teve seus sentimentos expostos e, envergonhado, baixou a cabeça.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia
Estória muito boa, porém atualização q é difícil...