Roberta subiu as escadas, aproximou-se do Sr. Almeida e corrigiu-o com seriedade: "Eu mudei de nome, não sou mais Miranda Almeida, agora sou Roberta Gonçalves."
O Sr. Almeida, como se tivesse sido profundamente ofendido, enfurecido, estendeu a mão e agarrou o pescoço de Roberta, como se estivesse possuído: "Você até esqueceu o sobrenome dos nossos ancestrais. Miranda Almeida, se eu soubesse que você seria essa desgraça, teria te jogado em um esgoto no momento em que você nasceu."
"Não é tarde demais para me matar agora." Roberta, mesmo com dificuldade para respirar, ainda mantinha seu orgulho.
O Sr. Almeida apertou mais forte, mas Roberta não mostrou nenhum sinal de resistência, apenas olhava para ele com olhos cheios de rancor. Seus olhos pareciam ver em seu pai um inimigo de vidas passadas.
O olhar frio de Roberta fez o Sr. Almeida estremecer, e ele finalmente soltou sua mão quando ela estava prestes a sufocar.
"Sua mãe está esperando por você no quarto." Ele disse, ofegante.
Roberta não perdeu tempo em discussões e foi direto ao encontro de Dona Almeida.
O Sr. Almeida observou a figura esguia de sua filha, aparentemente frágil, mas com uma firmeza comparável ao aço. Ela disse que o vínculo entre pai e filha havia se rompido, e realmente nunca mais o chamou de pai.
Como pode existir uma filha que guarda tanto rancor?
Roberta chegou ao quarto de Dona Almeida e parou do lado de fora por um momento.
Ela refletia: Antes, o Sr. e a Dona Almeida tinham um relacionamento complicado, com ele sendo frio e distante, sem visitar mãe e filha por anos. Agora, eles viviam juntos, superando o passado. Será que a única razão para sua existência era reacender o antigo amor entre seus pais?
Ela bateu na porta, e a voz de Dona Almeida respondeu: "Entre."
Roberta entrou e viu sua mãe, magra e frágil na cama, olhando para ela com olhos vazios, sem alegria no reencontro. Apenas um silêncio constrangedor preenchia o espaço entre elas.
Finalmente, Dona Almeida falou: "Você e sua irmã brigaram tanto, isso envergonha nossa família."
Ela percebeu então que havia caído em uma armadilha.
Roberta olhou furiosa para Dona Almeida: "Vocês querem me prender? Isso é ilegal…"
Dona Almeida rapidamente adotou uma expressão triunfante: "Miranda Almeida, que absurdo é esse? Você apenas está cuidando de sua mãe doente, desaparecendo aos olhos do público por algum tempo. Quando eu morrer, você pode sair e todos vão te louvar pela sua devoção."
Roberta sentiu um arrepio: "Essa foi ideia daquela doente, não foi?"
Dona Almeida mudou de expressão num instante, rugindo ferozmente: "Que história de doente é essa, ela é sua irmã, entendeu?"
Roberta sentiu uma dor profunda no coração. Esse casal, em nome de proteger os interesses de Luciana Almeida, não hesitou em aprisionar a própria filha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia
Estória muito boa, porém atualização q é difícil...