Valéria Rocha lançou um olhar para Ronaldo Cavalcanti na cozinha. Viu Ronaldo Cavalcanti se aproximando com um avental e segurando uma panela de barro nas mãos, seu rosto estampava uma expressão de pura inocência: “Srta. Rocha, preparei uma sopa para você e o Sr. Castro.”
Quirina Meireles e Alfredo Goulart: “...”
Como esse garoto pode ter duas caras?
Alfredo Goulart estava certo de que não tinha visto errado. A figura sombria na cozinha era a mesma pessoa que agora mostrava uma expressão tão inocente?
“Pode colocar aí.”
Ouvindo Valéria Rocha, Ronaldo Cavalcanti colocou a panela na mesa e, em seguida, voltou para a cozinha sozinho.
Vendo que Valéria Rocha e Diego Castro não mostraram interesse em provar a sopa, Alfredo Goulart perguntou: “Vocês não vão experimentar?”
“Não precisa, de qualquer forma não dá para beber.”
Ao ouvir isso, Quirina Meireles, meio cética, se aproximou, abriu a tampa e viu que era uma sopa de almôndegas com repolho. Ela cheirou e não sentiu cheiro algum. Depois de provar um gole, fez uma careta: “Esse garoto, como conseguiu fazer a comida ser ao mesmo tempo gostosa e ruim?”
“Sério?”
Alfredo Goulart avançou e provou um gole, mastigando e fazendo uma careta em seguida: “Como a sopa acabou sendo mais doce que salgada? Ele mesmo fez a sopa, será que não provou?”
Valéria Rocha não estava preocupada com Ronaldo Cavalcanti. Afinal, já tinha trazido ele até aqui, ele certamente não poderia fugir. Ela estava totalmente focada em saber a situação interna do Rio de Janeiro. Ela havia machucado Evan e tomado a participação da Família Barros, que Mirella Lima tanto desejava. Mirella Lima certamente não deixaria isso passar tão fácil.
Lá em cima, Geraldo desceu lentamente as escadas e disse a Valéria Rocha e Diego Castro: “Srta. Rocha, Sr. Castro, o senhor os convida para subir.”
Valéria Rocha olhou para Diego Castro ao seu lado, e os dois subiram no elevador juntos, enquanto Alfredo Goulart e Quirina Meireles observavam suas costas, impressionados.
Quirina Meireles disse: “Quem diria que um ano atrás esses dois ainda não estavam juntos, e um ano depois, estão tão unidos?”
Alfredo Goulart, enquanto comia sementes de girassol, segurou a mão de Quirina Meireles e disse: “Daqui a um ano, nós também estaremos assim.”
“Ah, vá!”
Quirina Meireles tirou a mão de Alfredo Goulart.
Na cozinha, Ronaldo Cavalcanti observava o segundo andar.
Dizia-se que o local de trabalho de Benedito Dias ficava no segundo andar, que normalmente não era acessível às pessoas. O quarto dos empregados, onde ele estava, ficava no lado sul do primeiro andar. Para se aproximar do segundo andar, teria que passar por pelo menos quatro pontos de segurança.
Esta Família Dias, realmente era como os rumores diziam, uma fortaleza por dentro e por fora.
No segundo andar, dentro do escritório.
Geraldo empurrou a porta do escritório no segundo andar, onde viu Benedito Dias sentado à frente de sua mesa de trabalho, como de costume. A cadeira de rodas era a mesma de sempre. Benedito Dias folheava o jornal em suas mãos até que, ao perceber a entrada deles, começou a falar lentamente: “Parabéns a vocês, o casamento já foi celebrado. Agora, o que os espera é um mundo de desafios e adversidades.”
Dito isso, Benedito Dias pousou o jornal sobre a mesa.
A manchete era clara: a empresa cinematográfica Família Lima foi adquirida pela Família Barros, com Mirella Lima, anteriormente à frente da Família Lima, agora atuando em nome da Família Barros e eleita a nova CEO.
Ao ver a notícia, Valéria Rocha perguntou: “Mirella Lima já me entregou o acordo de participação acionária de Sílvio Barros. Como ela se tornou CEO?”
“Não se esqueça, você só tem quarenta e cinco por cento das ações,” disse Benedito Dias calmamente. “Além disso, você esteve fora do Rio de Janeiro nos últimos dias. Mirella Lima, bastando oferecer vantagens substanciais aos outros acionistas, não seria impossível ser apoiada como CEO.”
Valéria Rocha replicou: “Então, ela tem apenas um título, sem poder real?”
“O matriarca da Família Barros já transferiu dez por cento de suas ações para Mirella Lima, que conseguiu aprovação unânime dos acionistas. Como se pode dizer que ela não tem poder real?”
Benedito Dias olhou para Diego Castro e disse: “A lesão que Diego Castro sofreu desta vez veio a calhar.”
Naquela época, ele pensou que fosse um acaso.
Agora, ele acredita que foi arranjado.
Benedito Dias, de maneira tranquila, disse: "Não precisa pensar demais nisso, o dote que eu dei para Valéria Rocha, foi apenas por consideração ao tio e à tia Shen, afinal, ela é como uma irmã para mim, alguém que vi crescer."
"Benedito Dias, eu não sou cego."
Uma frase de Diego Castro fez Benedito Dias parar seu movimento de servir o chá.
"Então, o que você quer de mim agora? Quer que eu a deixe para você, ou... que eu me afaste dela?"
Benedito Dias soltou uma risada leve e disse: "Não se apresse assim, meu corpo não vai durar muitos anos."
"Mil anos para a tartaruga, sua vida ainda é longa. E além do mais... minha esposa, por que eu deveria deixá-la para você?"
Diego Castro saiu do escritório de Benedito Dias sem olhar para trás.
Ele veio em busca de uma resposta.
Agora que tinha sua resposta, sabia que havia mais uma pessoa de quem precisaria se cuidar.
No escritório, Benedito Dias manteve sua expressão serena, engolindo de um gole o chá que havia em sua frente.
Pensando bem, é estranho.
Ele sentiu que o chá de hoje estava muito mais amargo do que o habitual.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascimento para Reivindicar: Uma Jornada de Amor e Poder
Olá,porque não libera todos os capítulos? A propósito quantos capítulos são? A história é muito boa...
Muito chato ficar esperando os capítulos. Vou desistir de ler...
Poderia desbloquear todos os capítulos ne...