Scarlett zombou de Amelia e, sem dar mais atenção, se virou e foi embora.
Liam deu um passo à frente, preocupado:
— Letty, deixa a gente te levar de volta para a faculdade. Já está tarde, e eu não fico tranquilo com você indo sozinha.
— Não precisa, eu vou chamar um carro. — Scarlett respondeu com o mesmo tom frio e distante. Ela havia concordado em se reconciliar, mas perdoar era algo completamente diferente. Scarlett sabia que, assim que descobrisse a verdade sobre o acidente de carro, não teria mais motivos para ver nenhum deles novamente.
Sem se despedir, Scarlett entrou no carro e foi embora.
Amelia ficou olhando para as luzes traseiras do veículo que se afastava, com os dentes cerrados de tanta raiva. Em sua mente, um pensamento perigoso surgiu: "Da última vez, aquele acidente não conseguiu acabar com Scarlett. Mas quem sabe na próxima..."
Quando Amelia voltou seu olhar para Aiden, ela já tinha mudado completamente sua expressão, assumindo um ar de fragilidade:
— Aiden, eu também fico feliz que Letty tenha voltado, mas, sei lá, parece que tem algo estranho nessa história.
Aiden franziu a testa, intrigado:
— Estranho como? O que você quer dizer?
— Aiden, eu não quero levantar suspeitas sobre a Letty, mas... Não parece estranho? Ela estava tão furiosa antes, mas, de repente, decidiu se reconciliar e nem sequer mencionou mais o Alexander ou o Joseph?
— Você está pensando demais. — Aiden deu de ombros e, com um tom confiante, explicou. — Scarlett só baixou a guarda por causa da herança dos nossos pais. Ela se importa muito com isso e teme que tudo acabe nas suas mãos. Até eu ter certeza das intenções dela, não vou passar nada para o nome dela.
Aiden tinha certeza de que Scarlett só estava interessada na herança e que seu comportamento conciliador era temporário. Ele planejava esperar até que a poeira baixasse para tomar qualquer decisão.
Amelia ouviu as palavras de Aiden e sentiu um desconforto crescente no peito. Não conseguia aceitar que ele estivesse de acordo com o retorno de Scarlett. Nos últimos meses, ela havia vivido como se fosse a verdadeira herdeira da família Miller. Mas agora, com Scarlett de volta, tudo parecia ameaçado, e Amelia não conseguia se livrar de uma sensação de mau presságio.
Amelia abaixou os olhos, disfarçando a raiva que começava a transparecer. Ela sabia que, se ficasse parada, Scarlett a destruiria. Era hora de planejar seus próximos passos. Afinal, ela já havia tirado muitos benefícios do Angel Heart Foundation. Talvez fosse melhor aproveitar a oportunidade para conseguir mais uma boa quantia antes que tudo desmoronasse.
…
Enquanto isso, Scarlett já havia chegado à faculdade. Sentada no banco do carro, ela relembrou a expressão de ódio de Amelia ao vê-la partir. Scarlett sorriu de canto. "Isso é só o começo."
O verdadeiro jogo começaria depois do bazar beneficente. Scarlett ainda não tinha as provas em mãos, mas já suspeitava que Amelia havia desviado milhões do fundo de caridade, mesmo tendo assumido o controle há poucos dias.
Não era difícil perceber para onde o dinheiro estava indo. Amelia estava mais bem vestida do que nunca, com roupas e acessórios de marcas luxuosas, mas Scarlett tinha quase certeza de que a maior parte do dinheiro acabava nas mãos do pai de Amelia. Assim que conseguisse as evidências, seria hora de agir.
Scarlett refletiu sobre seus próximos passos. Ela precisava manter a calma e pensar com clareza. Não confiava em nenhum dos seus irmãos. Eles estavam ao seu lado agora porque seus próprios interesses haviam sido ameaçados por Amelia. Essa aliança era temporária e baseada apenas em conveniência.
De volta ao dormitório, Scarlett pegou seu celular e viu uma mensagem de Henry:
— Não importa onde seja, eu sempre vou acompanhá-la no que ela gosta de fazer.
Isaac mudou de assunto, perguntando:
— E sobre a interferência da família Albuquerque na coletiva de imprensa? O que você vai fazer?
O sorriso de Henry desapareceu, e ele respondeu em um tom mais sério:
— Amanhã vou perguntar à Scarlett o que ela prefere fazer.
— Por que você não resolve isso sozinho? As garotas geralmente adoram quando o cara age como um “chefe autoritário”.
Henry balançou a cabeça, discordando:
— Scarlett não gosta quando tomam decisões por ela sem perguntar. Se eu fizer isso, vou ser igual aos irmãos dela. Não quero que ela me veja desse jeito. Eu vou respeitar o que ela decidir.
Ele passou a mão no presente ao seu lado e, por um momento, seu olhar ficou mais suave.
Não importava qual fosse a escolha de Scarlett, Henry estava disposto a apoiá-la totalmente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...