Aiden falou com um tom sombrio:
— Desta vez, é você quem tem que me pedir.
Ainda estava fresco na memória dele o que aconteceu na Bordô Maple. Naquela ocasião, Scarlett o havia forçado a se humilhar. Ele guardava essa mágoa há muito tempo, esperando a oportunidade de reverter a situação. Agora finalmente era sua vez de dizer essas palavras. Só queria ver até onde Scarlett conseguiria resistir.
Mas Scarlett respondeu friamente:
— Não. Desta vez, ainda é você quem precisa de mim.
Aiden soltou uma risada seca e carregada de desdém:
— Scarlett, eu só tenho tolerado você por consideração aos nossos pais. Mas, se continuar com essa atitude arrogante, é melhor sair daqui agora. Não quero que papai e mamãe fiquem desapontados ao saberem da filha ingrata que criaram.
Scarlett olhou em volta do escritório, seus olhos pousando em um quadro a óleo pendurado na parede — uma obra que seu pai havia pintado pessoalmente.
Ela permaneceu imóvel e respondeu com calma:
— Mas, desta vez, foi você quem me chamou aqui.
— Eu te chamei? Não diga besteiras. Eu jamais faria isso. Saia daqui agora. Tenho trabalho a fazer. E, para sua informação, não preciso da sua maldita firewall. Posso contratar alguém mais competente para reescrevê-la. — A expressão de Aiden ficou ainda mais fria, carregada de sarcasmo. — Nada nem ninguém é insubstituível.
Scarlett manteve a calma:
— Você tem razão. Mas a pessoa que você contratou no Black Nexus sou eu.
— Você? Isso é impossível. — Aiden imediatamente reagiu, quase rindo da ideia. Ele a encarou com descrença. — A pessoa que eu procurei no Black Nexus é confiável e experiente. Como alguém jovem como você teria fama lá dentro?
Scarlett respondeu de forma direta, sem se abalar:
— Eu só estava fazendo um trabalho freelancer para ganhar um dinheiro extra. Desenvolver sistemas de firewall não é novidade para mim, já fiz isso antes. Conheço bem o processo.
Ela fez uma pausa e continuou:
— Mas, ontem, quando vi o endereço da sua empresa no contrato, percebi que era você. Por isso, recusei imediatamente.
Scarlett terminou e olhou diretamente para Aiden. Ele permaneceu em silêncio, mas a expressão dele ficou visivelmente tensa. Afinal, era verdade que o especialista que ele havia contatado tinha recusado o trabalho ao notar o endereço da empresa.
Aiden desviou os olhos para os papéis na mesa, tentando esconder o desconforto. Ele não sabia o que dizer.
Scarlett voltou a falar:
— A primeira vez que eu me cadastrei no Black Nexus foi para tentar ajudar a empresa de tecnologia do Liam, que estava enfrentando problemas. Eu queria aprender programação por conta própria para ser útil. Mas, quando o Liam descobriu, ele proibiu completamente que eu continuasse usando a plataforma.
Aiden finalmente levantou os olhos:
— Agora você está se sentindo superior, né? Veio aqui só para me humilhar?
— Scarlett, você prefere usar essa negociação para conseguir o que quer do que simplesmente perdoar o Joseph?
Scarlett parou de andar e respondeu sem se virar:
— Não sou eu quem não quer perdoá-lo. Foi você e a Amelia que o colocaram nessa situação.
Ela olhou de canto para Aiden, com um olhar cheio de desprezo.
— Essa sua mania de usar moralidade para me manipular não é cansativa para você?
Aiden, sentindo o sangue ferver, apontou para o quadro na parede e gritou:
— Scarlett, você tem coragem de dizer isso na frente do quadro que papai deixou?
Scarlett finalmente se virou e o enfrentou sem hesitar:
— E você tem coragem de dizer toda a verdade para eles? Tem coragem de contar o que realmente aconteceu, sem esconder nada?
Ela deu um passo à frente.
— Pelo menos eu não me engano e não uso os outros como desculpa para me livrar da culpa.
Sem esperar resposta, Scarlett saiu do escritório, sem olhar para trás.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...