Ela não podia deixar que a família Miller continuasse interferindo em sua vida. Para Scarlett, eles eram apenas estranhos agora.
Scarlett olhou para os dois homens à sua frente e disse:
— Vou ao banheiro.
Depois de falar, ela deixou o escritório. No chão, o sangue ainda estava visível, mas os funcionários da limpeza já haviam começado a limpá-lo.
Assim que Scarlett saiu, Isaac não conseguiu segurar a língua:
— Você é mesmo incapaz de demonstrar um pouco de empatia por ela. Esse era o momento perfeito para você acompanhá-la e dar algum apoio emocional.
Henry lançou um olhar indiferente para o chão ainda manchado de sangue e respondeu:
— Scarlett não é uma flor de estufa. Ela não precisa ser protegida desse jeito. E, pelo visto, a lição que a família Miller levou ainda foi muito leve.
Isaac suspirou, mas replicou:
— Concordo que eles mereçam punição, mas você sabia que o Grupo Miller, originalmente, era uma filial criada pelos pais da Scarlett? Até o nome da empresa e o endereço foram escolhidos por eles. Se essa empresa falir, você acha que ela vai ficar bem? Afinal, isso também é uma espécie de herança deixada pelos pais dela.
Henry manteve sua expressão fria. Sem responder, ele se virou e deixou o escritório, seguindo em direção ao banheiro. No caminho, ele percebeu que Scarlett havia entrado na escada de emergência.
Quando ele chegou lá, viu Scarlett sentada sozinha nos degraus, com o olhar perdido. Ela parecia imersa em pensamentos, incapaz de afastar da mente a cena de Liam cortando os pulsos e o sangue pingando no chão.
Henry se aproximou e sentou ao lado dela. Com a voz baixa, ele perguntou:
— Precisa de conforto?
Scarlett virou o rosto para olhá-lo e, por um momento, não conseguiu evitar um sorriso de incredulidade:
— O que você está fazendo aqui?
— Vim te oferecer consolo. — Respondeu Henry, dando dois tapinhas no próprio ombro. — Pode encostar aqui por um tempo. Não vou cobrar nada.
Scarlett olhou para ele e, depois de um breve momento, apoiou a cabeça no ombro dele. Fechando os olhos lentamente, ela murmurou:
— Me diz uma coisa… Será que eu fui longe demais?
Henry franziu o cenho e rebateu:
— Esqueceu como seu irmão te tratava? No dia do vestibular, ele te deu material escolar quebrado de propósito. Quase te fez perder a prova.
Scarlett respirou fundo:
— Eu sei.
Henry, sem paciência, estalou o dedo na testa dela:
— Você é boa demais. Talvez esteja na hora de baixar um pouco a sua "nobreza moral". Já ouviu aquele ditado: "Deixe de lado os princípios e aproveite a vida sem escrúpulos"?
Depois de desabafar, Scarlett sentiu um peso saindo de seus ombros. Foi então que percebeu que ainda estava encostada no ombro de Henry. Ele havia colocado uma das mãos no degrau, mas, à distância, parecia que ele a estava segurando em um abraço.
Ela abaixou os olhos, mas não se moveu. O silêncio entre eles era confortável.
Scarlett sentiu seu coração bater mais rápido e, temendo que ele percebesse, levantou a cabeça apressadamente:
— Já está quase na hora, não está?
Henry também abaixou a cabeça para olhar para ela, e, naquele momento, os lábios dele roçaram levemente na testa dela. O gesto foi tão inesperado que ambos ficaram imóveis, surpresos.
Scarlett levantou-se rapidamente, com o rosto vermelho:
— Está na hora de ir para a reunião.
No entanto, ao se apressar, ela tropeçou no degrau. Henry a segurou pela cintura antes que ela caísse, puxando-a para perto:
— Cuidado.
As orelhas de Scarlett ficaram rubras imediatamente.
Eles estavam a poucos centímetros um do outro, em um espaço estreito e silencioso. O único som era o de seus corações batendo, altos e descompassados.
Scarlett levantou o rosto, e seus olhos se encontraram. A distância entre eles foi diminuindo, gradualmente...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...