— Scarlett não disse nada, então eu também não vou dizer! — Daniel respondeu com firmeza, cruzando os braços.
Ele tinha caído na provocação do irmão mais uma vez. Era sempre assim, desde que se entendia por gente!
Henry não escondeu a impaciência na voz:
— Minha paciência tem limite, Daniel.
— Irmão, eu sou mesmo seu irmão? Tenho certeza que você me adotou de um orfanato!
— Que bom que sabe. — Henry retrucou com sarcasmo.
Daniel ficou indignado:
— Não importa! Eu sou seu irmão de sangue e você sabe disso! Se quer saber de alguma coisa, pergunta pra Scarlett! — Ele disse, irritado, antes de desligar o celular na cara do irmão.
Daniel estava furioso. Henry sempre fazia isso, sempre o pressionava e o provocava.
Henry tentou ligar de novo, mas Daniel ignorou todas as chamadas. Frustrado, Henry massageou as têmporas e enviou uma mensagem curta:
[Tá se achando muito corajoso, né? Desligando na minha cara, moleque!]
Ele começou a pensar. Será que Daniel disse algo a Scarlett que a fez desconfiar da identidade dele? Essa possibilidade o deixou inquieto. Mas, ao lembrar das palavras de Daniel, parecia que não era bem isso.
Depois de trocar de roupa, Henry saiu do vestiário. Do lado de fora, viu Scarlett sentada no chão, sozinha e distraída. Ela parecia isolada, quase frágil. Henry sentiu uma pontada de compaixão ao vê-la daquele jeito.
Sem dizer nada, ele pegou um par de luvas de boxe e jogou em cima dela.
— Ai! — Scarlett reclamou, instintivamente olhando para trás. Quando viu Henry com um sorriso provocador e uma sobrancelha arqueada, ela sentiu o sangue ferver.
Ela se levantou de um pulo:
— Você fez isso de propósito, não foi?
— É claro que não. Você viu eu jogando? As luvas rolaram sozinhas até você. — Henry respondeu com uma expressão cínica.
— Você acha mesmo que eu vou acreditar nisso? — Scarlett rebateu, cruzando os braços. Ela tinha acabado de se perder nos próprios pensamentos sobre Daniel e estava começando a se sentir mal, mas, com Henry ali, a irritação tomou conta.
Henry pegou as luvas do chão e olhou para ela com um sorriso desafiador:
— Se não está convencida, me enfrenta.
Scarlett apertou os dentes, frustrada, e deu alguns passos para perto dele. Foi então que ela notou o curativo no ombro dele, ainda no mesmo lugar.
Henry percebeu o olhar dela e deu de ombros:
— Tá vendo? Tá exatamente onde você colocou.
Scarlett, sem aviso, desferiu um soco rápido e acertou o queixo dele de leve. Quando ele olhou surpreso, ela recuou dois passos com um sorriso vitorioso:
— Isso é por não prestar atenção!
Henry suspirou e se sentou ao lado dela. Ele começou a secar o suor do rosto dela com cuidado, para que ela não ficasse desconfortável.
Ao sentir o toque dele, Scarlett começou a se sentir estranhamente inquieta. Seu coração acelerou sem motivo aparente. Ela pegou a toalha da mão dele rapidamente:
— Melhor eu mesma fazer isso.
Henry não respondeu nada. Ele apenas pegou duas garrafas de água e colocou ao lado deles. Ele também estava cansado, mas ainda parecia tranquilo.
Enquanto Scarlett se recuperava, Henry observava. Ela havia melhorado muito nas últimas semanas. Seus golpes tinham força e técnica, muito acima da média para uma garota. O treinador estava certo: ela tinha talento para o boxe.
Scarlett limpou o rosto e se recostou no chão, completamente relaxada. Estava tão exausta que não tinha energia para pensar nos problemas que a incomodavam antes.
Os dois ficaram em silêncio. O sol da tarde entrava pelas janelas, cobrindo o ringue com uma luz dourada.
Depois de um tempo, Henry quebrou o silêncio:
— O que o Daniel te disse?
Scarlett olhou para ele, surpresa. Ela ficou nervosa, sem saber como ele sabia disso.
— Como você sabe? — Perguntou Scarlett, um pouco apreensiva.
Será que Henry havia percebido alguma coisa? Ela sabia que aquele homem sempre fora muito inteligente. Não seria fácil esconder algo dele.
Por outro lado, Henry também estava inquieto. Ele ainda não sabia o que Daniel havia dito a Scarlett e isso o deixava cada vez mais desconfiado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...