Henry deu um leve peteleco na testa de Scarlett e perguntou:
— No que você está pensando?
— Nada. — Scarlett respondeu, evitando o assunto. Mas, em sua mente, ela já havia decidido que resolveria tudo com Alexander, até o último detalhe.
Logo o carro parou na entrada da universidade. Scarlett olhou para Henry e disse:
— Vou voltar para o campus. Não se esqueça de evitar molhar o braço nos próximos dias, nada de banho no ferimento.
Henry franziu levemente a testa, mas não disse nada.
Scarlett abaixou a cabeça, abriu sua bolsa e tirou quatro pequenos curativos. Com cuidado, ela os colou ao redor do ferimento dele.
— Assim está resolvido.
— Isso é à prova de água? — Henry perguntou, com um olhar cético.
— Não é. Mas vai me ajudar a saber se você molhou o braço no banho. — Scarlett respondeu, com um sorriso travesso. — Até mais.
Ela saiu do carro e entrou na universidade. Henry seguiu com o olhar o seu pequeno vulto atravessando o portão, então abaixou os olhos para o braço. Os curativos eram cor-de-rosa. Ele deixou escapar um leve sorriso. Aquela garota era realmente infantil.
Mesmo assim, ele não tirou os curativos. Deixou-os exatamente onde estavam.
Quando Scarlett desapareceu da sua vista, Henry virou o rosto. Sua expressão, antes descontraída, endureceu. Seus olhos ficaram sombrios e sua voz soou gelada:
— E aqueles idiotas?
Ele não havia feito nada diante de Scarlett, mas isso não significava que ele tinha esquecido ou perdoado o que aconteceu.
O treinador de boxe conferiu o celular antes de informar:
— Eles já foram pegos e levaram uma boa lição. O senhor quer que eu faça algo mais?
Henry abaixou o vidro do carro, apoiou o braço na janela e começou a bater os dedos longos e elegantes contra a moldura. Sua voz era fria como gelo:
— Costurem a boca daquele treinador e avisem para ele nunca mais abrir a boca para falar besteira. Depois, façam com que eles testemunhem contra o Amadeu. Quero que ele apodreça na cadeia.
O treinador de boxe assentiu prontamente. Gente como Amadeu realmente merecia passar o resto da vida trancada. Solto, ele só seria mais um problema para a sociedade.
Henry lançou um olhar em direção aos dormitórios da UFSA, seu olhar distante e pensativo.
Nesse momento, o celular dele tocou. Ao ver o nome no visor, ele hesitou por um instante antes de atender:
— Oi, mãe.
— Fiquei sabendo que você se machucou? — Amanda perguntou, com um tom de preocupação.
— Você acha que eu não tentaria? Mas você a protege tão bem que não consegui descobrir nada. Dá para imaginar o quanto ela é importante para você. — Amanda respondeu, um pouco irritada.
Se Henry não se importasse, ele não teria tomado tantas precauções.
Depois disso, o silêncio se instaurou na ligação. Amanda suspirou e, por fim, desligou.
Henry olhou para o celular por um momento antes de ligar para Daniel. Do outro lado da linha, ele ouviu o som alto de música de bar.
— Onde você está? — Perguntou Henry.
— Estou no bar, irmão. Quer vir também?
— Passe uns dias em casa cuidando da mamãe. Pare de ficar vagando por aí.
Henry encerrou a ligação sem esperar uma resposta. Com Daniel em casa, Amanda teria menos tempo para se preocupar com ele.
O treinador de boxe, que estava no banco do motorista, falou com nervosismo:
— Sr. Henry, foi um erro levar o senhor ao hospital da sua família. Eu não deveria ter feito isso.
Ele havia escutado a conversa com Amanda e percebeu que, ao levar Henry para aquele hospital, acabou expondo o incidente para a família dele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...