Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 117

Ela se apoiou na porta do carro e sentou devagar.

Os joelhos e os tornozelos doíam tanto que era quase insuportável, mas ela se aguentava firme e, mesmo diante de Rafael Souza, manteve-se cortês, ainda que distante.

"Desculpa incomodar o presidente Souza."

No ar, espalhava-se um leve cheiro de sangue.

Depois de falar, preocupada em ter atrapalhado o trabalho de Rafael Souza, ela se acomodou num canto e ficou quieta.

Desde que ela entrou, Rafael Souza não tirava os olhos das pernas dela.

O sangue ainda escorria pelo joelho, que tinha um corte comprido, e o tornozelo estava vermelho e inchado.

Qualquer outra mulher já estaria se contorcendo de dor, mas Patrícia Ribeiro apenas puxou o ar em uma respiração controlada e ficou olhando para a frente.

O carro logo passou pelo local onde Valentina Souza estava, e por causa do Zezé ser tão chamativo, Rafael Souza avistou Valentina brincando com o cachorro.

Não pôde evitar de perguntar: "Para onde você estava indo com tanta pressa?"

Ele se lembrava dela estar bem ansiosa com o cachorro, então por que de repente o deixaria com Valentina Souza e sairia correndo para aquela direção?

E Patrícia Ribeiro ainda não tinha respondido sua pergunta, será que morava por ali?

Mas o apartamento dela não era um pouco longe?

Consciente de que Rafael Souza desconhecia sua verdadeira identidade, Patrícia Ribeiro já havia se acalmado e usou a mesma desculpa de antes.

"Essa área é bonita, boa pra cachorros. Não moro por lá, dizem que as casas são caras. Alugo um lugar por perto, mas logo vou me mudar para uma casa nova."

Rafael Souza estreitou os olhos ao ouvir sobre o aluguel.

Patrícia Ribeiro faturava milhões com um único projeto de design, e apesar dos preços exorbitantes dos imóveis na Cidade Capital, não fazia sentido que depois de trabalhar por anos, ela ainda precisasse alugar um lugar.

Ainda mais com o marido, juntos deveriam ao menos ter conseguido o pagamento inicial.

"Eu vi o carro do presidente Souza mais cedo, não imaginava que o encontraria por aqui."

Patrícia Ribeiro habilmente mudou o assunto, fazendo parecer que era ela quem perguntava a Rafael Souza.

"Hum."

Rafael Souza não se alongou muito na resposta. Não queria gastar mais palavras com aquela mulher de Serralvorada.

Chegaram ao hospital e Patrícia Ribeiro abriu a porta do carro, tentando sair com dificuldade devido à dor nos pés. Após várias tentativas frustradas, ela respirou fundo, ignorou a ferida no joelho e saiu do carro diretamente.

A dor intensa mudou sua expressão, mas mesmo assim, ela ficou de pé do lado de fora da janela e sorriu para Rafael Souza.

Maria Monteiro se assustou ao vê-la naquele estado.

Zezé já tinha sido trancado em um quarto nos fundos, e Maria Monteiro estava numa aflição só.

"Senhorita Ribeiro, você não tem um evento na mansão esta noite?"

"Donata Maria, me arruma uns gelos pra eu fazer uma compressa. Depois de umas duas horas, mais ou menos, vou ter que começar a me maquiar."

Maria Monteiro não teve escolha a não ser correr atrás dos gelos.

"O Sr. Souza saiu daqui bufando, senhorita Ribeiro. Vocês ainda vão ter que conviver sob o mesmo teto, será que não dá pra baixar um pouco a guarda?"

Patrícia Ribeiro sabia, mesmo sem precisar adivinhar, que Rafael Souza devia estar furioso, depois de ter sido deixado na mão duas vezes seguidas.

Ela suspirou, olhando para seu tornozelo ainda inchado.

Se livrou de uma, mas não passaria da quinzena.

Não tinha como continuar dando uma de João sem braço no jantar daquela noite.

Cedo ou tarde, teria que enfrentar a tempestade que viria.