Por Você romance Capítulo 62

— Tudo bem! — Olho para ela — Ana, querida, pode organizar a sala de reuniões? Eu vou pra lá assim que acabar aqui. — Ela olha para nós, parecendo desconfiada.

— Está bem! — diz se levantando da cadeira, me dá um beijo casto e sai. Espero que feche a porta e então encaro o meu sócio.

— O que tá rolando, empata foda?

— Camilly está lá embaixo, cara. Ela está fazendo um escândalo e disse que quer falar com você de qualquer jeito! — Sinto o meu corpo enrijecer.

— O que essa louca quer comigo agora? — inquiro, exasperado. Marcos dá de ombros.

— Não sei, Luís. Os seguranças não permitiram a sua entrada, então ela está aos berros lá embaixo.

— Proibi a entrada dela aqui na empresa, desde que ela invadiu a minha sala. Vou falar com ela e você vem comigo! — falo, indo para fora da minha sala.

— Eu? — Ele leva a mão no peito de modo dramático.

— Você vai deixar que seu melhor amigo vá sozinho nessa? — indago exasperado. Marcos revira os olhos e suspira de forma teatral, fazendo um gesto para seguirmos.

— Ok, vamos! — Saímos direto para o elevador e quando chegamos ao hall do prédio, vejo Camilly sendo agarrada à força por três seguranças. Ela está gritando meu nome aos quatro ventos e quando me vê, para com os gritos ensandecidos e sorri de maneira vitoriosa, fazendo força e se solta do agarre dos seguranças. A mulher corre em minha direção e me abraça pela cintura.

— Sabia que você viria falar comigo, meu amor! Os seguranças não me deixavam passar.

— Eu dei ordens para proibir a sua entrada na empresa, Camilly! — digo de modo firme, afastando-a de mim. Ela me olha atônita.

— Por que você faria isso comigo?

— Por quê? Você é louca ou o quê, mulher? O que você quer comigo, Camilly?

— Conversar, Luís. Procurei você em nosso apartamento e...

— Nosso apartamento? — interrompo-a confuso.

— Sim, querido, o nosso apart....

— Nosso apartamento não existe mais, Camilly! — Eu a corto bruscamente. — Aliás, não existe nós, entendeu? Não mais! —Seus olhos se enchem de lágrimas que nem chegam a se derramar e ela parece desesperada. Essa mulher enlouqueceu? Mas, que coisa de louco é essa?

— Como assim, o que fez com o nosso...

— Eu o vendi — interrompi-a mais uma vez. — Aliás, tudo o que dizia respeito ao que tivemos um dia não existe mais, Camilly, assim como fez com nosso filho. Lembra? Foi você quem quis assim! — Ela engole em seco. Seus olhos e dessa vez as lágrimas escorrem pelo seu rosto.

— A alguns dias ela pegou a Camilly quase me beijando em minha sala. — digo. Marcos cospe a bebida da boca com a revelação.

— Como é que é? Ela esteve aqui e quase te beijou? — A indagação soou exasperada. Faço um sim com a cabeça.

— Como eu não fiquei sabendo disso? — questiona.

— Eu ia te contar, mas tive um problema com Ana em relação a isso. Acabei levando-a para o meu apartamento mais cedo e me abri com ela. — Marcos arregala os olhos, me encarando com perplexidade.

— Você se abriu? Tipo, contou tudo pra ela? — pergunta surpreso. Faço sim com a cabeça novamente.

— Foi por isso que barrei a entrada dela aqui na empresa. Ela tem ligado pra mim e ainda teve o descaramento de mandar uma mensagem para Ana. — Ele se senta no sofá de frente para mim e parece assustado.

— Cacete, Luís!! Então se prepara meu amigo, que vem chumbo grosso por aí! Ela não vai desistir de você tão fácil assim! — Esvazio o meu copo e o ponho na mesinha de centro.

— Merda! — rosno e respiro fundo em seguida.

— Temos uma reunião com os japoneses agora, depois vou ver o que posso fazer pra mantê-la longe de mim e principalmente de Ana. — Ele assente, esvaziando o seu copo e logo seguimos para a sala de reunião, que como sempre, estava impecável. Eu amo o jeito de trabalhar da minha pequena! O sorriso no rosto e sua concentração o tempo todo. Tento manter o meu rosto com uma expressão neutra, pois não quero que ela perceba o quão estou abalado com essa confusão de hoje.

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