Mariana
Ele nada pôde responder, pois ouvimos uma conversa feminina bem próximo a entrada do banheiro, e nos encaramos em choque.
Eu me senti petrificada com a possibilidade de ser flagrada fazendo algo tão inapropriado como estar dando uns pegas no banheiro feminino de um restaurante chiquérrimo, mas Ethan foi rápido e nos empurrou para uma das cabines, e conseguiu até mesmo impedir o meu grito assustado, ao colocar sua mão sobre a minha boca.
— Shiii! – Ele me pede silêncio, como se eu pudesse falar qualquer coisa com ele tapando os meus lábios daquela maneira rude.
Ouvimos naquele momento o que pareciam ser três mulheres entrarem no banheiro e após alguns minutos de tensão, para o nosso alívio total, elas já estavam saindo.
— Você sai e verifica se já posso sair. — Ethan me orienta, enfim me deixando livre para falar.
Eu olho para ele com irritação, mas faço conforme sua orientação e após conferir que está tudo livre, aviso que ele já pode sair.
— Nunca mais faça algo tão idiota desse jeito. — eu digo, quando já estamos no corredor — Ou melhor, quando você estiver comigo, não faça nada idiota!
Ele sorriu, parecia mais leve agora, apesar de tudo.
— Eu vou voltar para a mesa. — avisa — Aconselho que volte ao banheiro e reveja a sua aparência, ou as pessoas vão pensar que algum homem a pegou de jeito no banheiro feminino.
Arregalo os olhos para a cara de pau dele, que apenas saí andando tranquilamente, me deixando parada igual a uma boba.
Ethan
Voltei para a mesa de maneira discreta, e estava até mesmo me sentindo mais tranquilo agora, apesar de que o fato de a Mariana ter me garantido que não há nada entre ela e o Arthur não implica que não possa ter existido em algum momento, algo que eu tenho absoluta certeza.
— Faço questão de estar lá, para apresentar todos os atrativos do nosso empreendimento. — Arthur diz — Estamos faturando alto com a boate, como você deve saber.
O assunto se concentra na boate e todos comentam sobre o empreendimento, quando a Mariana retorna à mesa, sentando-se novamente ao meu lado e já comentando com a Amélia Fagundes como o toalete estava movimentado esta noite, o que me trouxe um sorriso aos lábios.
Seus lábios estavam mais proeminentes que antes de sua ida ao banheiro, mas talvez ninguém notasse aquele detalhe, afinal, a Mariana tinha retocado a maquiagem e estava novamente impecável, diferente da mulher de olhos brilhantes e lábios inchados, com o batom manchado, que eu deixei há alguns minutos no corredor.
O jantar transcorreu em um clima ameno, apesar de tudo, e eu me contive a todo custo, evitando fazer qualquer movimento brusco, que chamasse a atenção dos meus dois outros sócios, quando na verdade o meu maior desejo era de perguntar diretamente ao Arthur onde estava a sua esposa, enquanto ele não tirava os olhos da minha mulher.
Eu não poderia culpar a Mariana, no entanto, pois ela estava claramente evitando o olhar do meu sócio e conversando de maneira educada e atenciosa com as outras duas mulheres presentes na mesa, o que me agradou em grande medida, pois elas pareciam ter se dado muito bem entre si.
Mas eu fiquei bastante curioso sobre a ausência da Gisele e amanhã iria encarregar a minha secretária de descobrir o que aconteceu com o feliz casal, uma vez que ele não deu nenhum tipo de esclarecimento sobre estar sozinho em nosso jantar de hoje.
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