Ethan
Quando Mariana abriu a porta da minha sala, prestes a ir embora não apenas do meu escritório, como também da minha vida, eu não consegui pensar em mais nada além de dizer para ela o que eu sentia.
Ela precisava urgentemente me ouvir, e eu não me importei nenhum pouco em me declarar para a mulher da minha vida na frente de outras pessoas, independente de quem sejam elas.
Na verdade, se todos naquele prédio estivessem ali naquele momento, ainda assim eu teria declarado o meu amor por Mariana da mesma forma.
Ao perceber que ela parecia completamente sem reação, ainda parada junto à porta, a maçaneta em sua mão, eu caminhei até ela, e a necessidade de tocá-la naquele momento foi maior que qualquer outra coisa, eu não poderia mais adiar, e delicadamente segurei em seu rosto, para que ela olhasse diretamente para mim, olho no olho, para que pudesse sentir a sinceridade das minhas palavras.
Aquele gesto simples parecia tirá-la do torpor no qual estava imersa e com os olhos parecendo duas lindas poças, ela me encarou com um sorriso débil.
— O que você disse? — perguntou Mariana.
— Que eu te amo, Mariana — repeti a minha declaração de amor — Eu te amo muito! E isso é tudo o que mais importa para mim agora. Entende?
O rosto que antes parecia uma máscara de fúria e torpor, agora tinha se transformado completamente, eu tinha diante de mim a minha Mariana alegre e cheia de vida, que me encarava de maneira apaixonada, mesmo que ela ainda não tenha confessado que sente o mesmo que eu sinto.
— Peço desculpas por interromper o casal de pombinhos, mas tenho algo muito importante para contar — Arthur nos interrompeu.
Só naquele momento eu me dei conta da presença do outro homem em meu escritório, pois antes disso, apenas a Mariana tinha a minha total atenção.
— Acredito que você não vai gostar nada de saber, mas a Bruna foi embora — ele contou.
Suspirei com irritação, tentando controlar a ira que se apossou de mim, ao saber que Bruna tinha conseguido escapar, aproveitando-se do momento em que eu só tinha olhos para Mariana.
— Dr0ga! — Praguejei irritado.
Mariana me encarou com cara de poucos amigos, ao ver o quanto fiquei aborrecido por Bruna ter ido embora e eu tratei logo de explicar, depois de tocar rapidamente os meus lábios nos seus. Eu estava morrendo de saudades dela e aproveitaria qualquer pequena brecha para tocá-la.
— Você logo vai entender porque estou tão chateado com a partida da Bruna — expliquei para Mariana — Mas primeiro, estou curioso com o motivo pelo qual você está aqui.
Eu estava me dirigindo ao Arthur, que sorriu com sarcasmo, entrando totalmente em minha sala e sentando-se confortavelmente no meu sofá.
— Acredito que vocês já saibam sobre o mais novo assunto preferido da mídia — Arthur fez suspense.
— Sim, sim — eu concordei rapidamente — E o que você tem a dizer sobre?
Aquele assunto deixava a Mariana mal e eu não quero vê-la sofrer, então tentei ir direto ao ponto.
— Estou aqui para dizer a você que foi a Bruna, que vendeu a história do leilão paga à imprensa.
Fiquei imediatamente tenso, irritado realmente, ao ouvir aquela acusação.
Depois que Mariana foi embora, entrei em contato com Joshua e Murilo, que assim como eu também estava simplesmente ensandecido de raiva, ainda mais quando descobriu que foi Bruna a responsável pelo vazamento da informação.
— Aquela mulher precisa pagar pelos seus atos — Murilo apontou com extrema frieza — Ela não pode sair mais uma vez impune, como aconteceu quando ela empurrou a Lavínia da escada.
Claro que ele estava certo, mas quando Arthur e eu procuramos pela Bruna em seu apartamento, não encontramos ninguém e mesmo depois de subornar o porteiro do prédio,tudo o que descobrimos é que ela tinha chegado apressada em seu apartamento, pegado algumas malas que provavelmente já estavam prontas e saiu em viagem.
Não conseguimos arrancar mais nada além disso, e nem mesmo tínhamos certeza de que era realmente uma informação correta. Mas de nada adiantava colocar alguém para viajar a Bruna, quando o que ela tinha que fazer, ela já tinha feito.
Agora era aguardar.
Mas Arthur tinha feito algo de bom, depois de deixar escapar aquela informação para Bruna, e fiquei extremamente satisfeito em saber que ele acabou até mesmo se adiantando a nós, ao comprar a boate Season Hot e fechar as portas do local, e distribuindo os funcionários em outros empreendimentos seus, para que ninguém saísse prejudicado na história.
Então, quando a mídia tentou contato com o lugar, nada pode ser descoberto além do que Bruna disse para o jornal ao qual ela tinha vendido a história.
Mas como Mariana disse, o estrago já havia sido feito e ela, assim como a Virgínia, estavam tristes, porém confirmadas com o que aconteceu.
E depois de falar brevemente com o Murilo e ser informado de que ele pretendia tirar Virgínia de São Paulo por alguns dias, ao menos até que as coisas pudessem esfriar um pouco, eu considerei aquela a oportunidade perfeita para fazer algo que eu estava desejando há algum tempo, mas que por toda os percalços da minha relação com a Mariana, eu não tinha feito ainda.
E não pensei duas vezes antes de procurá-la e fazer o convite pessoalmente. Eu a levaria para a chácara dos meus pais. Eles precisavam conhecer a mulher da minha vida, com quem eu desejava casar e construir a minha própria família.
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