Augusto fumou um cigarro e entrou na ala VIP.
Por coincidência, Bianor estava lá fazendo uma consulta.
Ao ver Augusto se aproximando, Bianor o cumprimentou com um sorriso discreto: “Augusto, você também veio dar uma olhada. O plano está praticamente pronto, só falta definir o dia da cirurgia.”
A saúde da Velha Senhora estava frágil, precisava de mais cuidados, então Bianor marcou a cirurgia para daqui a quinze dias.
Raíssa ficou aliviada.
Bianor também tinha um encontro marcado com um velho amigo, e o próprio Augusto acompanhou o homem até o estacionamento.
Durante o trajeto, Bianor elogiou muito Raíssa e, antes de sair, até deu um tapinha no ombro de Augusto e explicou: “Trate-a bem, posso ver que é uma moça excelente. Se deixar passar essa oportunidade, não vai encontrar outra igual.”
Augusto sorriu levemente e abriu a porta do carro para Bianor: “Tio Bianor, pode ficar tranquilo.”
Bianor sorriu e entrou no carro.
Um momento depois, o carro brilhante deu partida lentamente e passou por Augusto.
Augusto ficou parado por alguns instantes antes de voltar para a enfermaria. Raíssa estava conversando com a Velha Senhora e, quando viu Augusto voltar, sorriu levemente: “Minha avó só pode fazer essa cirurgia graças a você.”
Augusto se aproximou dela e a abraçou pelos ombros: “Nós somos casados, não há o que agradecer.”
Raíssa achou o gesto muito íntimo e tentou se desvencilhar.
A Velha Senhora podia ver o começo e o fim, embora tivesse aconselhado Raíssa a se divorciar, mas agora via que Augusto estava se dedicando à família. Ela sempre esperou que Raíssa pudesse ter uma família normal, então não disse nada.
Augusto se comportou excepcionalmente bem, a ponto de a tia achar que o genro havia mudado completamente, voltando a se dedicar à família.
Somente Raíssa sabia que era apenas a coloração protetora de Augusto, e que toda a sua bondade já havia sido marcada há muito tempo.
Ela tem algo em si que Augusto deseja.
Ele conversou sobre isso com a esposa, e Raíssa permaneceu indiferente: “Eu não faço mais parte do Grupo Honorário, isso não é mais da minha conta.”
O sinal verde acendeu...
Augusto acelerou, focado na estrada à frente, e disse com um sorriso: “Sr. Monteiro está sob a responsabilidade da Sra. Monteiro.”
Era uma clara tentativa de flerte, e Raíssa entendeu perfeitamente.
Ela apenas fingiu confusão.
Augusto não se ofendeu com a resposta evasiva e, após dirigir por algum tempo, parou o carro ao lado de uma farmácia.
Raíssa olhou para ele: “Você está doente?”
Augusto desafivelou o cinto de segurança e pegou a carteira antes de sair do carro: “Vou comprar outra coisa.”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Os Desamados são os Terceiros