O Rei Lycan e sua Tentação Sombria romance Capítulo 16

LYRA

Me senti como um pedaço de carne ali parada, no meio daquela praça rústica, com todos aqueles olhos lascivos me devorando de cima a baixo.

Eram meus “pretendentes”, e a verdade é que eu nunca imaginei que seriam tantos.

—Quem conquistar a fera mais poderosa poderá reclamar esta fêmea!

Com esse rugido, o Alfa deu início a essa loucura.

Meu olhar vagava por todos os lados, procurando por ele.

Ele não estava na caverna, e também não apareceu na praça.

Vi os homens partirem, com o coração apertado no peito.

Os olhos perigosos de Verak me encaravam de longe, de pé ao lado de uma cabana.

Eu sabia que ele estava tramando algo, que não ficaria de braços cruzados. Começava a me arrepender de ter proposto essa competição.

De que adiantava tudo isso se o macho que eu desejava não ia participar?

“Dá um voto de confiança, acho que o nosso selvagenzinho vai surpreender a gente” —disse Aztoria, mas eu também podia sentir a inquietação dela.

“É bom mesmo, porque se o Drakkar me rejeitar de novo desse jeito, as coisas vão mudar entre nós.”

Respondi com uma expressão cheia de perigo no rosto.

Não me importa quem vença. Se não for o Drakkar, não aceito mais ninguém.

*****

NARRADORA

O dono absoluto, o que estava no topo da cadeia alimentar, era o Dracotélion.

Com seus cinco metros de altura, corpo robusto e musculoso, pele mais resistente que qualquer armadura dos outros predadores, mandíbulas poderosas e destruidoras, ele não tinha rival.

E por isso também era autoconfiante demais.

Afinal, quem ousaria enfrentá-lo?

No entanto, olhos sombrios vigiavam o ninho, escondido entre os arbustos, coberto com lama e com o suco das plantas venenosas Cassiópelas.

Alguém suficientemente insano e desesperado para tramar contra o predador mais perigoso da selva.

Depois de travar uma das batalhas mais difíceis de sua vida, Drakkar decidiu que não importavam as consequências: ele não entregaria Lyra.

Sua mente primitiva foi instigada pelos truques da fêmea e começou a planejar suas próprias armadilhas.

A época mais vulnerável do Dracotélion era durante o período de reprodução.

A fêmea cuidava do ninho enquanto o macho saía para caçar.

Drakkar esperou por horas, com paciência, sem se mover. Nenhum inseto se aproximava por causa do cheiro tóxico impregnado na sua pele.

Chegou aos limites da manada de Brontocérax, que ainda dormia, e, subindo numa colina, lançou o ovo da discórdia, que começou a rolar e se meter entre as patas e os corpos deitados sobre a grama macia.

“GRRRROOOARRR!”

A manada de Brontocérax se levantou de uma vez com o rugido ameaçador do maior predador.

Eles, como onívoros, também comiam carne, mas nada se comparava ao Dracotélion.

De cima de uma árvore, Drakkar viu a mãe invadir o grupo, desesperada pelo seu ovo, apenas para encontrá-lo esmagado entre as patas frenéticas dos outros animais, que também protegiam suas crias.

Parecia uma batalha de titãs; a gigantesca fera de escamas negras entrou furiosa no meio do rebanho, que começou a atacá-la também.

Normalmente, eles não se metiam com os Dracotélion, mas também não deixariam que alguém massacrasse seus filhotes.

O objetivo de Drakkar estava cumprido. Pra quê sujar as mãos se outro podia fazer o trabalho por ele?

No entanto, ele sabia muito bem que, mesmo em menor número, os Brontocérax não necessariamente venceriam.

Passado o ataque inicial, e ao verem a Dracotélion matar vários deles com suas mandíbulas, começaram a recuar.

Era o momento do golpe final. Drakkar se lançou da árvore, tomou a lança afiada e banhada com o suco tóxico das Cassiópelas.

Na outra mão, segurava a armadura feita com os restos do Brontocérax que ele e Lyra haviam caçado.

Tinha transformado aquilo num escudo pesado e poderoso.

Entrando no meio da batalha, com mais coragem do que certeza de vitória, buscou a chance de dar o golpe mortal na predadora mais perigosa da selva.

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