O Rei Lycan e sua Tentação Sombria romance Capítulo 16

VALÉRIA

— Majestade, eu...

— Nem pense em terminar essa frase! — Aldric me interrompeu irritado, e os lábios do homem se fecharam como se estivessem colados.

Aprendi que ele prefere passar despercebido, sem que o chamem de rei ou majestade o tempo todo.

O recém-chegado congelou no meio da sala, enquanto os demais clientes mal ousavam olhar diretamente para nós, mas era óbvio que estavam com as orelhas atentas para ouvir o que acontecia.

— Valéria, suba para o quarto — ordenou com sua voz grave, e assenti, vendo-o sair com aquele lobo que, apesar da submissão, parecia ser um Alfa.

Subi as escadas velhas e rangentes até o terceiro e último andar, enquanto o cocheiro cuidava das bagagens.

Caminhei pelo corredor estreito em direção à porta do quarto "maior" disponível, conforme o número na chave.

— Não acredito — murmurei, frustrada. — Que situação...

Pensei, tirando a capa e olhando para a cama pequena encostada numa parede.

Diante de mim, uma porta com vidros dava acesso a uma pequena varanda, e um biombo separava a área de dormir de uma rústica tina de madeira.

Com o Rei sozinho, já seria apertado nesse quarto, imagine com uma pessoa a mais.

“Será que vou acabar dormindo dentro da banheira?”

Fui até a porta da varanda e a abri, observando ao longe a pequena e antiga aldeia, cheia de casas de madeira com chaminés altas de onde saía uma fumaça escura.

Estávamos em um vale cercado por montanhas.

De alguma forma, aquilo me lembrou minha alcateia original, onde nasci e onde meus pais morreram naquele dia trágico e confuso para mim.

— É tão ruim assim dividir um quarto comigo, para fazer essa cara de quem está de luto?

Um sussurro rouco ecoou de repente no meu ouvido, fazendo meu corpo se enrijecer e me arrancando dos meus pensamentos.

— Majestade, vai ser desconfortável e sem privacidade...

— Não me chame de Majestade — me corrigiu, mas não se afastou nem um milímetro, e senti sua respiração quente em meu pescoço.

— Eu posso decidir se estou desconfortável ou não. Além disso, o que tanto te preocupa? Está com medo de que eu aproveite a noite para me aproveitar de você?

Ele disse num tom rouco e sexy, mas para mim parecia uma brincadeira de mau gosto.

— Por que o Rei se interessaria por sua criada feia, quando pode ter qualquer mulher linda em sua cama? — murmurei, olhando para o chão.

As palavras saíram mais amargas do que eu pretendia.

— Você não deveria se sentir tão segura ao meu lado. Qualquer macho morreria de vontade de te penetrar bem fundo, de te tocar, cheirar e lamber sua boceta deliciosa, de beijar esses lábios tão sensuais...

Era como se ele próprio estivesse morrendo de vontade de me fazer todas essas coisas vergonhosas que descrevia.

Meu corpo se aqueceu com a intensidade daquele desejo crú, evidente nos olhos do Rei, enquanto sua boca se aproximava da minha.

Respirávamos ofegantes, e seu polegar acariciava meu lábio inferior, afastando-o levemente, abrindo-me para ele.

O que faço numa situação dessas, que foge do meu controle?

Por que o Rei está agindo assim?

Apesar de seu controle dominante, ainda posso resistir.

Sua mão na minha nuca me puxava para frente, enquanto a outra, em minha cintura, quase em cima das minhas nádegas, me pressionava contra sua ereção firme.

Eu podia simplesmente dizer não, como fiz na masmorra. Contudo, com nossos suspiros misturados e as faíscas pulsando entre nós, fiz a coisa mais tola de todas.

Fechei os olhos e entreabri os lábios, esperando finalmente me embriagar com aquele vinho fumegante, saboreá-lo e não pensar, ao menos por alguns segundos.

O toque sutil de sua boca roçou a minha, pronta para ceder a ele.

— Não, isso é um erro — sussurrou com a voz estrangulada e então se afastou de repente, quebrando o encanto e me deixando completamente em desatino.

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