Amélia soltou um suspiro profundo enquanto olhava para Stephan, com sua voz cheia de amargura. “D-Dê início a esse divórcio amanhã. De agora em diante... nossas famílias não terão nada a ver uma com a outra. Não quero ver nenhum de vocês nunca mais...”
O homem foi lá com uma esperança ainda persistente, mas aquele esclarecimento comprovava sua derrota.
Com o silêncio dele, Amélia perguntou em meio às lágrimas: “Por que desprezaram minha Ana... como puderam maltratá-la dessa maneira? Você comprou uma casa para ela, por que ela foi acusada de roubar...? Ana é a menina dos meus olhos. Sei que nossa família não é boa o suficiente para a sua. Depois que vocês se casaram, continuei a dizer para ela ceder e deixar que você fizesse o que quisesse... como teve coragem de traí-la? Como pôde fazer isso com ela...”
A neta que tanto amava tinha sofrido muito nas mãos dos Graham.
Stephan segurou a mão de Amélia com força, incapaz de falar. Não podia negar o que sua família havia feito. Na época em que não sentia nada por ela, não ligava para o modo como Cecília a tratava. Não lhe ocorreu que ela tinha pessoas que a amavam muito e que se preocupavam com seu bem-estar.
Quando Anastasia e Luana voltaram, o homem já tinha partido.
Ao ver as lágrimas silenciosas de Amélia, Anastasia correu e pegou sua mão. “Aconteceu alguma coisa?” Sua voz estava cheia de preocupação.
“Está tudo bem... estou bem... Ana, você não terá mais que aturar os Graham depois do divórcio. Vai poder fazer o que quiser. Sei cuidar de mim, não precisa se preocupar comigo.” Os olhos da idosa estavam inchados. Preferiria que sua neta não se divorciasse se aquelas pessoas não tivessem ido longe demais.
Muitas mulheres enfrentavam dificuldades após o divórcio, e Anastasia não seria exceção. Amélia desejou que fosse algumas décadas mais jovem para continuar a cuidar dela.
Luana juntou-se a Anastasia e assegurou: “Sra. Quinn, vou cuidar bem de Ana. Mesmo que ela não tenha mais os Graham, ainda tem a mim. Não se preocupe. Somos como irmãs.”
Amélia sorriu e assentiu. Ela segurou a mão de Luana, na esperança de que ela se tornasse o pilar de apoio de sua neta.
O céu escureceu.
Quando Kauã encontrou Stephan se afogando em álcool no bar, ficou atordoado. “Você nunca bebeu tanto, o que está acontecendo?”
Atarefado como estava, não ficou sabendo da situação entre as famílias do casal. Não saberia que seu amigo estava se embebedando na frente de seu cliente, se esse cliente não tivesse ligado para ele.
“É proibido beber?”, disse Stephan antes de tomar outro gole.
A expressão de Kauã tornou-se solene. “Você não bebe na frente dos clientes. O que está acontecendo?”
“Eles queriam fazer um brinde, então resolvi fazer vários. Qual é o problema?” Stephan olhou-o com um sorriso zombeteiro.
“Alguma coisa está acontecendo, você não é assim. O que aconteceu?” Kauã começou a ficar agitado.
Stephan não respondeu. Bebeu mais.
“Você está triste?”, perguntou Kauã ao sentar-se.
As sobrancelhas de Stephan formaram rugas. “Você só pensa no pior quando se trata de mim?”
Suas palavras não combinavam com seus pensamentos. Não era tão simples assim. Estava se divorciando.
“Pensei que só sairia daqui quando bebesse seu peso em álcool”, respondeu Kauã. Lá no fundo, sabia o que estava acontecendo e pensou: Talvez seja o coração.
Anastasia desviou o olhar. Ela tinha os documentos necessários em mãos.
Ele veio até ela e disse: “Vamos.”
A mulher assentiu; ambos experimentaram um misto de emoções.
O cartório estava cheio de todo tipo de gente. Entre os que procuram o divórcio, a maioria estava envolvida em discussões acaloradas, havia grupos de famílias com cinco ou seis membros e casais. Aqueles que finalizavam exibiam uma série de emoções, de lágrimas a explosões de raiva.
Stephan e Anastasia sentaram-se ao lado e observaram outros conduzirem seus processos de divórcio.
Depois de olhar para os outros por um tempo, perguntou de repente: “Você ainda tem assuntos a tratar em Ouisford?”
“Sim, vou embora amanhã. Já contei para minha avó. Luana vai me ajudar a cuidar dela”, respondeu.
Quando as coisas se aproximaram do fim, Anastasia recuperou a compostura e parou de se dirigir a Stephan com desprezo e impaciência. Foi um alívio levar algo a um fim amigável.
“Está bem, me ligue se precisar de ajuda. Mesmo que não estejamos mais casados, algumas coisas não precisam mudar”, disse ele com suavidade.
“Obrigada, mas não será necessário”, respondeu ela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O preço do recomeço
O livro está como concluído, mas não está completo. Lá no Taplivros ele vai até ao 1012...
Bom dia, você não vai liberar mais capítulos?...
O livro é bom, mas tem mais capítulos?...
Ainda irão publicar os capítulos?...
Amando a história e ansiosa pela continuação........