O preço do recomeço romance Capítulo 199

Stephan saiu do quarto de Anastasia na manhã seguinte. O afeição em seu rosto havia desaparecido, deixando em seu lugar uma expressão apática.

Cristiano voltou-se para ele.

Os dois caminharam para uma área mais isolada. Stephan encostou-se à parede e manteve os olhos na porta do quarto de Anastasia. Com um tom de voz sério, disse: “Certifique-se de investigar minuciosamente se Juliana tem alguma relação com o que aconteceu com ela. Além disso, fique de olho no Kaique.”

Não iria cruzar os braços para o que aconteceu, mesmo que Juliana estivesse envolvida. Contudo, se fosse este o caso, teria de acobertá-la outra vez.

Kaique representava um grande problema para Stephan, o que significa que devia planejar com cuidado seu próximo passo.

Anastasia estava hospitalizada há uma semana e planejava retornar a Ouisford. O bordado que deixou inacabado exigia sua atenção imediata, além disso, também mandou Cristiano embora e pediu a Larissa que a acompanhasse.

Uma vez que pretendia cooperar com os Pearson e os Davidson, concordou em causar uma boa impressão à moça. Afinal, Larissa parecia uma pessoa fácil de se conviver. Cristiano, por sua vez, prendeu-se a ela como uma sombra, seguindo-a aonde quer que fosse. Estava ficando muito chato, pois ela não aceitou que ficasse atrás dela quando precisava lidar com os negócios.

“Quando voltarmos a Ouisford, pode voltar para ajudar na loja do seu primo. Estarei segura no ateliê”, disse Anastasia no avião.

“Claro, mas vamos fazer um acordo”, sugeriu Larissa, tentando não a importunar demais. “Vou cuidar do seu transporte; caso contrário, Eric vai ficar irritado comigo.” Afinal, quando Anastasia estivesse ocupada com seu serviço, Larissa não aceitaria ficar de braços cruzados sem fazer nada.

“Sem problema”, a mulher concordou sorrindo.

“Mas é provável que você não goste dos doces que eu faço ou do chá que eu preparo”, reclamou Larissa colocando os óculos de sol.

Anastasia fez o mesmo.

Larissa suspirou. “Ele fez uma viagem de negócios e vai ficar fora por mais quatro a cinco dias.”

Anastasia respondeu com um breve ‘Ah’ e não fez mais perguntas.

A luz do sol no final de abril era brilhante. Amélia estava debruçada na horta e alimentava um gato de rua que tinha encontrado há pouco tempo quando a campainha tocou de repente.

Ela levantou-se, com as costas curvadas da idade, e foi atender a porta. Quando a abriu, viu um homem, que tinha uma semelhança impressionante com sua neta; hesitou por um momento e perguntou: “Quem deseja?”

“Esta é a casa de Amélia Stein? Sou amigo de Anastasia”, perguntou Jorge com polidez.

“Hum...” a idosa se afastou e, quando baixou o rosto, havia emoções difíceis de decifrar em seus olhos. Ela abriu a porta e informou: “Ana não está em casa. Tente ligar, se precisar falar com ela.”

Jorge respondeu: “Ana se parece muito com minha mãe que tinha uma filha que desapareceu há mais de vinte anos. Nunca mais a encontramos, por isso a saúde da minha mãe só piora desde então.”

Amélia ouviu a explicação com atenção e, em seguida, disse em tom de tristeza: “A mãe deve sentir muita falta da filha, mas a Ana não é quem está procurando.”

“Podemos fazer um teste de DNA?”, perguntou Jorge. “Sei que isso é indelicado, mas podemos usar um fio de cabelo dela ou fazer um exame de sangue. O que puder ser está bom.”

“Ana é minha neta. Vir aqui de repente e pedir um teste de DNA não é apropriado, não acha? Ela é a minha neta biológica e jamais me enganaria quanto a isso. Eu me solidarizo com sua mãe por ter perdido a filha, mas sem Ana, não serei capaz de continuar vivendo”, insistiu Amélia.

Jorge se levantou e se desculpou: “Sinto muito por fazer tal pedido. Se não está disposta a fazer, não vou insistir. Obrigado por me receber.”

“Ana é minha neta, ela é uma Quinn e isso nunca vai mudar. Peço que vá embora.” A senhora levantou-se com uma atitude determinada.

“Tudo bem. Obrigado.” Ele virou-se e saiu.

Uma vez que ele se foi, a idosa desabou em sua cadeira com uma expressão facial incompreensível. Tinha visto muito bem a semelhança entre as duas, mas Anastasia era sua neta — dela e de seu falecido marido.

“Ana, sua casa é onde estou. Não tenha medo”, murmurou Amélia.

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