Isabela, com o tom melódico, completou:
— Praticamente tudo pronto! Os convites já estão encomendados, o vestido ajustado, a cerimônia "marcada"… Eu vou ser a noiva mais feliz do mundo. E agora, grávida, então… É como se o destino estivesse sorrindo para mim.
Celina se encolheu levemente na cadeira. Por fora, ela mantinha a compostura, mas por dentro sentia os ossos trincando de dor. A humilhação estava escorrendo pelas bordas da sua alma. Ela tentava respirar normalmente, mas o ar parecia insuficiente. Queria desaparecer. Queria que aquilo tudo fosse apenas um pesadelo e que, ao abrir os olhos, estivesse longe, muito longe dali.
Thor largou os talheres com força na mesa, fazendo um leve barulho metálico. Todos olharam para ele. Seu rosto estava impassível, mas os olhos… os olhos estavam sombrios.
— Isabela… você deveria ter me consultado antes de expor isso tudo. — disse com firmeza. — Esse jantar era uma recepção, não um anúncio.
— Amor… — disse Isabela, fingindo inocência — eu achei que você estivesse feliz. Pensei que só estivesse esperando o momento certo. Esse era o momento perfeito! A sua família está aqui, a Celina está aqui, como testemunha desse momento mágico na vida de um casal. Ela pode até na empresa, falar com os funcionários que teve a honra de estar presente num dos momentos mais felizes do chefe dela…
A menção ao nome de Celina foi como um soco no estômago dela. Todos voltaram os olhos, e ela se sentiu exposta. Com o coração disparado, tentando manter a dignidade, ela pousou o guardanapo sobre a mesa com delicadeza.
— Com licença… acho que já está tarde. Senhor Miller, senhora Miller… — disse, tentando manter a voz firme. — Vou chamar um carro para mim. Foi um prazer conhecê-los.
Thor se levantou de imediato.
— Você não vai a lugar nenhum, Celina.
Ela ergueu os olhos para ele, surpresa, os lábios entreabertos.
— Eu não quero ser indelicada, mas… sua família está aqui. Não me sinto confortável.
Angélica se aproximou com doçura, segurando as mãos de Celina com ternura.
— Fica, meu bem… Por favor. Você é muito bem-vinda. Essa casa também é sua, se Thor te trouxe até aqui. Não permita que as circunstâncias tirem a sua paz. Eu gostaria muito que ficasse.
Celina piscou rapidamente, tentando conter as lágrimas. Aquela gentileza lhe partia o coração ainda mais. Como poderia sentir-se acolhida quando o mundo estava desmoronando ao seu redor?
Thor foi até Celina e colocou a mão no ombro dela com firmeza e carinho.
— Por mim, você fica. — olhou nos olhos dela, com seriedade — Mas se ainda quiser ir, eu vou com você.
O silêncio que se seguiu foi tenso. Isabela mordeu o interior da bochecha, tentando manter o sorriso, mas o olhar furioso não conseguiu disfarçar.
— Eu pensei em tudo para o casamento. Vai ser no campo, como sempre sonhei. Flores brancas, muitos convidados, música ao vivo, cobertura da revista Luxo… — ela sorriu, segurando a taça com as pontas dos dedos. — E agora com o bebê, vai ser ainda mais especial. Talvez eu coloque um detalhe azul ou rosa no vestido. Já imaginou, amor? — olhou para Thor, que permanecia mudo, encarando o prato como se aquilo fosse a única coisa que o mantivesse no controle.
Celina fingia ouvir, mas o som parecia abafado, como se estivesse submersa. A única coisa que conseguia pensar era em como sair dali com o pouco de dignidade que ainda lhe restava.
Angélica tentou sorrir, desconversar, trazer leveza à mesa.
— Vai ser uma festa linda, querida. Mas lembrem-se de aproveitar esse momento com calma… tudo no seu tempo. Um passo de cada vez.
— Claro, sogrinha — disse Isabela, empolgada. — Mas você sabe como eu sou… não consigo ficar parada! E, sinceramente, eu estava até pensando… será que não seria o caso de anunciar publicamente a gravidez? Fazer uma comitiva de imprensa, talvez. A imprensa ama o Thor! E agora com o herdeiro a caminho…
Thor ergueu os olhos, finalmente, e cortou a euforia com a frieza na voz.
— Eu sempre fui reservado com a minha vida pessoal. E isso não vai mudar.
O silêncio caiu sobre a mesa como uma pedra lançada ao centro. Isabela mordeu os lábios, disfarçando o incômodo, mas não respondeu. Raul continuava servindo vinho para si mesmo, como se não tivesse notado o clima estranho que se intensificava à sua volta.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...