Zoe fechou a cortina, apagou a luz do abajur e caminhou de volta para o quarto. Deitou-se de lado, se aninhando nos braços de Arthur. Mesmo dormindo, ele a abraçou automaticamente, como se soubesse que ela precisava.
E, ali, no calor daquele abraço, a mente dela finalmente começou a desacelerar.
Zoe estava apagada. O corpo finalmente tinha cedido. No silêncio do quarto, a respiração dela era lenta, profunda.
E foi nesse estado que o sonho começou.
Ela estava sentada no banco de trás de um carro. Reconheceu na hora o cheiro do estofado, o balanço leve a cada lombada. Era o táxi. O mesmo táxi que tinha pego um tempo atrás, quando a vida dela estava virada de cabeça para baixo.
O motorista ajeitou o retrovisor e olhou para ela por cima da armação do óculos.
— Alguém vai precisar muito do seu amor. E, quando esse momento chegar, você vai esquecer da raiva, do ódio. Vai estender a mão. E aí… é aí que a sua vida vai virar a chave. Quando virar… você vai entender. E vai ser muito feliz. Muito mais do que imagina.
Ela abriu a boca para perguntar o que aquilo significava, mas, antes que conseguisse, o carro virou a esquina e tudo mudou.
Agora Zoe estava num quarto de adolescente. Paredes cheias de pôsteres, fotos coladas com fita colorida, um monte de livros e objetos espalhados pela escrivaninha. No ar, um cheiro adocicado de perfume juvenil.
A porta abriu e entrou uma menina loira, de cabelos compridos, olhos azuis vivos. Jogou a mochila na cadeira e falou, sorrindo:
— Mãe, a senhora é muito cringe. Mas eu te amo, tá? A senhora sabe disso, né? É a melhor mãe do mundo!
Antes que Zoe pudesse responder, a menina já estava abraçando e dando um beijo estalado na bochecha dela.
— Mãe, conversa com meu pai? Eu só vou tomar um sorvete com meu amigo. Fala pra ele deixar eu ir sem o Miguel, mãe. Poxa, eu sou a mais velha.
— Mais velha onde? — a voz de Miguel veio do corredor. Ele apareceu na porta, já adolescente, alto, com expressão protetora. — Vou falar pro meu pai. Eu sou mais velho, tenho que te proteger.
Clarisse revirou os olhos.
— Está vendo, mãe? O Miguel é um fofoqueiro.
Antes que Zoe falasse qualquer coisa, Arthur entrou no quarto. O mesmo de sempre.
— Linda… — falou primeiro para ela. Depois, para Clarisse: — Você não vai sair sem o Miguel.
— Está vendo, mãe? — reclamou Clarisse. — O Miguel é um fofoqueiro.
— Sou mesmo. — Miguel respondeu, se defendendo. — Sou mais velho, tenho que te proteger.
Zoe levantou e foi até Arthur, com aquele jeito que misturava implicância e carinho.
— Você vai ficar de castigo por uma semana, Doutor.
Arthur levantou uma sobrancelha, como se não tivesse entendido.
— Linda, você não está falando isso, amor…
— Estou sim — respondeu, segurando o sorriso. — Pra aprender a não fazer complô com o fofoqueiro da casa.
Clarisse soltou uma risada curta, Miguel fingiu estar ofendido, e Arthur suspirou, meio rendido, meio tentando manter a seriedade.
Mas, antes que Zoe pudesse completar a cena, ouviu uma voz chamando, de longe, puxando-a de volta.
— Amor… acorda, Linda… amor…
Ela abriu os olhos de repente.
— Clarisse…
Arthur estava ali, inclinado ao lado da cama, segurando uma bandeja.
— O que tem a Clarisse? — perguntou, confuso.
— Que horas são? — Zoe perguntou, ainda sonolenta.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...